Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XII Domingo do Tempo Comum 25.06.2017
Jr 20, 10-13 Rm 5, 12-15 Mt 10, 26-33
ESCUTAR
“Todos
os amigos observavam minhas falhas” (Jr 20, 10).
O
dom da graça de Deus não é comparável à falta de Adão (Rm 5, 15).
“Quanto
a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não Tenhais medo!”
(Mt 10, 30).
MEDITAR
O
medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.
(João
Guimarães Rosa)
ORAR
Não há
motivo para temer a Deus como se fosse um carrasco pronto a nos arremessar nas
profundezas do inferno. Como temer se Jesus nos exorta: “Não tenhais medo”? As
igrejas nos catequizaram pelo medo do inferno e submeteram nossas consciências
ao terror e à angustia. Somos uma geração cristã do medo de ser e do horror de
existir. Somos chamados a nos arriscarmos no amor, mas o amor não pode recorrer
à força para se fazer valer e nem à lei para fazer valer os seus direitos. A
única razão do amor é o amor. Se nos inteiramos de que alguém nos quer, não por
nós, mas para obedecer a Deus, isto prejudica o carinho autêntico. O amor é
verdadeiro quando se expressa como amabilidade, como forma de vida que atrai,
que seduz e que torna agradável a convivência. Sempre usamos Deus como escudo,
para-raio, refúgio blindado e um tipo de edredon
religioso para cobrirmos as nossas cabeças até que o medo passe. No entanto, o
Deus de Jesus – o Pai – está conosco para que enfrentemos a vida em todas as
suas circunstâncias. A fé nos expõe e não tem nenhuma função impermeável. Nada
acontece fora de Deus e de sua presença silenciosa. Paulo nos afirma que “não
há proporção entre a culpa e o dom”. A cruz representa o ponto máximo da culpa
que ali termina e o amor que dali transborda sobre todos. Este é o paradoxo
cristão: o Amor, ainda que derrotado, segue se doando inteiro e sempre. Jesus
se empenha em libertar do medo quando em nossos corações cresce a desconfiança,
a insegurança e a falta de liberdade interior. Onde cresce o medo, perde-se
Deus ao se afogar a bondade existente nos corações. A comunidade cristã deve
ser um lugar onde as pessoas se libertam das suas angústias e aprendem a
confiar em Deus. Uma comunidade em que se respira uma paz e uma alegria
contagiosas e se vive uma profunda amizade entranhada de liberdade em que ecoa
a voz do Cristo: “Não tenhais medo!”.
CONTEMPLAR
Uma
Vida na Morte, março 2013, Nancy Borowick (1985-), World Press
Photo, Associated Press Photo, Chappaqua, Nova Iorque, Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário