O Caminho da Beleza 12
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
V Domingo do Tempo Comum 08.02.2015
Jó 7, 1-4.6-7 1 Cor 9, 16-19.22-23 Mc 1, 29-39
ESCUTAR
“Meus
dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem
esperança” (Jó 7, 6).
Com
todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu
faço tudo, para ter parte nele (1 Cor 9, 22-23).
De
madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar
deserto (Mc 1, 35).
MEDITAR
A
fé é um fio de cabelo seguro com os dentes, no abismo! (Madre Belém).
Coragem!
Quis servir-me de ti para o advento do meu reino. Não desanimes. Não afrouxes.
Não te esquives. Mergulha na aventura desconhecida da minha noite. Então te
salvarei de ti mesmo, e te ensinarei a imensidão do amor fraternal (J. L.
Lebret).
ORAR
Tantas vezes, como Jó, temos a coragem de nos
fazer uma pergunta escandalosa: Viver é uma vida? Podemos chamar de vida se
depois devemos morrer? “Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus
olhos não voltarão a ver felicidade”. O livro de Jó é a oração de uma vida por
um fio. O termo tikva, em hebraico,
significa fio, mas também esperança. A vida cessa quando se rompe o fio, mas
também quando desaparece a esperança. Tantas vezes nos esgarçamos até o limite,
desejamos que tudo termine logo e ansiamos pelo descanso definitivo. Jó, como
nós, é convidado a descobrir um Deus gratuito e não utilizável para rasas
justificativas e ponderações. Jesus revela que seu seguidor não é um burocrata,
nem um empregado, mas alguém que se coloca na linha de frente com a mais
absoluta gratuidade: “Dai de graça o que de graça recebestes” (Mt 10, 8).
Algumas vezes, o Cristo diz não
quando todos O buscam. Foge, toma distância e ora. Quando se assenta é para
estar presente, de outra maneira e em outro lugar. Jesus afirma que a comunhão
se produz saindo fora da popularidade
falsa, dos ritos da banalidade e das regras do conformismo. O homem de oração é
o que se deixa encontrar e a solidão é sempre uma possibilidade oferecida a
todos.
CONTEMPLAR
Jó n. 2, 2003,
Oldrich Kulhánek (1940-2013), litografia, República Checa, in
http://oldrichkulhanek.cz/index.php?section=galerie&lang=cz.
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