segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O Caminho da Beleza 12 - V Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 12
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



V Domingo do Tempo Comum                     08.02.2015
Jó 7, 1-4.6-7                       1 Cor 9, 16-19.22-23                    Mc 1, 29-39


ESCUTAR

“Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança” (Jó 7, 6).

Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele (1 Cor 9, 22-23).

De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto (Mc 1, 35).


MEDITAR

A fé é um fio de cabelo seguro com os dentes, no abismo! (Madre Belém).

Coragem! Quis servir-me de ti para o advento do meu reino. Não desanimes. Não afrouxes. Não te esquives. Mergulha na aventura desconhecida da minha noite. Então te salvarei de ti mesmo, e te ensinarei a imensidão do amor fraternal (J. L. Lebret).



ORAR

Tantas vezes, como Jó, temos a coragem de nos fazer uma pergunta escandalosa: Viver é uma vida? Podemos chamar de vida se depois devemos morrer? “Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver felicidade”. O livro de Jó é a oração de uma vida por um fio. O termo tikva, em hebraico, significa fio, mas também esperança. A vida cessa quando se rompe o fio, mas também quando desaparece a esperança. Tantas vezes nos esgarçamos até o limite, desejamos que tudo termine logo e ansiamos pelo descanso definitivo. Jó, como nós, é convidado a descobrir um Deus gratuito e não utilizável para rasas justificativas e ponderações. Jesus revela que seu seguidor não é um burocrata, nem um empregado, mas alguém que se coloca na linha de frente com a mais absoluta gratuidade: “Dai de graça o que de graça recebestes” (Mt 10, 8). Algumas vezes, o Cristo diz não quando todos O buscam. Foge, toma distância e ora. Quando se assenta é para estar presente, de outra maneira e em outro lugar. Jesus afirma que a comunhão se produz saindo fora da popularidade falsa, dos ritos da banalidade e das regras do conformismo. O homem de oração é o que se deixa encontrar e a solidão é sempre uma possibilidade oferecida a todos.


CONTEMPLAR

Jó n. 2, 2003, Oldrich Kulhánek (1940-2013), litografia, República Checa, in
http://oldrichkulhanek.cz/index.php?section=galerie&lang=cz.



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