segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Caminho da Beleza 09 - II Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 09
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


II Domingo do Tempo Comum                     18.01.2015
I Sm 3,3-10.19                   1 Cor 6, 13-15.17-20                    Jo 1, 35-42


ESCUTAR

“Fala, que teu servo escuta” (1 Sm 3, 10).

“Glorificai a Deus com o vosso corpo” (1 Cor 6, 20).

“Rabi, onde moras?” Jesus respondeu: “Vinde ver” (Jo 1, 38-39).


MEDITAR

Meu Deus, eu rezo melhor para Ti respirando. Rezo melhor para Ti andando do que falando (Thomas Merton).

É uma decisão custosa escolher a vida, mas isso é definitivamente o que os seguidores de Jesus devem fazer. Escolher a vida, agarrar a vida, entrar na vida e clamar pela vida. Isto requer uma nova visão, nascer do Espírito, escapar dos debates sobre superioridade religiosa ou da forma ou lugar mais adequado de se rezar. Esta decisão nos abre a novas dimensões assustadoras do que significa ser humano (John Shelby Spong).


ORAR

O Senhor não tem uma voz reconhecível, e como Samuel, podemos confundi-la com outras vozes que nos chamam. O Senhor não fala a língua dos textos sagrados das religiões e muito menos se abriga nas rubricas de um missal. O Senhor fala o dialeto do povo e, por mais que queiramos, permanece sempre inesperado. Sua voz é discreta e contida: “Naquele tempo era rara a palavra do Senhor e as visões não eram abundantes” (1 Sm 3, 1). Seus convites são sussurros, uma pergunta que nos perturba intimamente e mínimos acontecimentos que provocam uma estranha ressonância no coração. O Senhor nos incita a não faltar ao encontro e a responder: “Estou aqui!”. Jesus recusa a satisfazer as petições infantis de segurança e proteção. Jesus propõe uma travessia a ser construída e não um molde em que todos são quase idênticos. O Senhor sempre nos oferece um encontro situado e datado na ternura do Seu coração: “era por volta das quatro da tarde” diz o evangelista. Nada pode substituir este encontro pessoal: nem o conhecimento doutoral de Deus; nem a prática das virtudes; nem a obediência restrita às normas e leis do “bom cristão”. Jesus nos propõe não uma doutrina segura, uma lista interminável de coisas para acreditar e saber de cor, mas uma descoberta que se dá sempre numa experiência perturbadora: “Vinde ver!”.


CONTEMPLAR

Midrash IX (detalhe), 2004, Yara Martins (1946-), óleo sobre tela, 80 cm x 80 cm, Curitiba, Brasil. Midrash é a leitura-busca amorosa do Senhor, do sentido de sua Palavra, para atualizá-la e colocá-la em prática.






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