O Caminho da Beleza 53
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Cristo, Rei do Universo 24.11.2013
2 Sm 5, 1-3 Cl 1, 12-20 Lc 23, 35-43
ESCUTAR
“Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe” (2 Sm 5, 2).
“Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino do seu
Filho amado” (Cl 1, 13).
“Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (Lc 23, 42).
MEDITAR
“Ninguém dá o que não tem. Se um homem não se aceita plena e
verdadeiramente, tanto em sua inteireza como em sua fragilidade, ele tampouco
pode se dar inteiramente a outra pessoa nem aceitar inteiramente a outra
pessoa” (Todd A. Salzman e Wichael G. Lawler).
“Nessas
andanças arriscadas podem cometer erros. Podem até receber uma carta da
Congregação para a Doutrina da Fé recriminando suas atitudes. Não se preocupem!
Expliquem e sigam adiante! Abram
portas e façam algo, onde a vida clama! Prefiro uma Igreja que
comete erros a uma Igreja que adoece por ficar fechada” (Papa Francisco aos
religiosos da Conferência Latino-Americana e do Caribe).
ORAR
Davi tem uma investidura real plebiscitária: “Todas
as tribos de Israel vieram encontrar com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui
estamos. Somos teus ossos e tua carne’”. Jesus, o Cristo, da descendência de
Davi, ao contrário, é contestado em sua realeza: o povo adota uma posição
neutra e oportunista; os soldados O insultam e a inscrição colocada sobre a sua
cabeça é um zombaria. Somente um delinquente comum o reconhece como rei. Davi
foi vitorioso com a força das armas nas suas batalhas; Jesus, ao contrário,
aparece sobre a cruz como perdedor, pois são os seus inimigos que possuem as
armas. Onde está a cruz, não há lugar para sinais de força. A tortura foi o seu
manto, os espinhos a sua coroa, a proscrição o seu cetro, as provocações e os
escárnios foram a sua aclamação. Cristo quer ser reconhecido como rei
unicamente por meio de uma adesão livre, no amor, sem coação alguma e nenhuma
imposição. Cristo é um Rei vencido pela força, mas vitorioso na fraqueza da
ternura e jamais poderá aceitar a honra das armas nem que seja por puro adorno.
No calvário, Cristo está coroando não uma conquista espetacular, mas uma obra
de reconciliação e de paz. Cristo em seu “palácio” oferece asilo aos
“malfeitores” que nele encontram um refúgio seguro e se cerca de súditos “pouco
recomendáveis”. Um destes o reconhece explicitamente como rei e se converte no
primeiro cidadão do seu Reino. O Reino do Cristo é o reino do Inocente
condenado, da inocência achincalhada. É o Reino invisível Daquele que faz
irromper no mundo a dimensão do perdão e o perdão para todos, inclusive para os
que brilham por sua covardia, pois são os que sempre lavam as mãos. A Igreja de
Jesus é sempre ameaçada pelo triunfalismo, em nome do Cristo Rei, para garantir
um império como o dos ditadores e não perder o domínio e o privilégio de suas
conquistas terrenas. O desafio está lançado no alto do Calvário: ou empenhamos
nossas vidas para o serviço aos outros, ou procuraremos o poder e nos
converteremos em seus escravos. O “bom ladrão” não obtém de Cristo a salvação
física, como pretendia o seu parceiro, mas a salvação total. Jesus, o Rei e
Messias crucificado, reúne todo o universo e nos revela, para todo o sempre,
que a felicidade em Deus consiste em ser o dom de si mesmo.
CONTEMPLAR
Crucifixão e Deposição,
Missal de Reims (Missale Remenense),
1285-1297, pergaminho, 23, 3 x 16, 2 cm, Paris, França.
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