segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Caminho da Beleza 53 - Cristo, Rei do Universo


O Caminho da Beleza 53
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


Cristo, Rei do Universo                       24.11.2013
2 Sm 5, 1-3              Cl 1, 12-20               Lc 23, 35-43


ESCUTAR

“Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe” (2 Sm 5, 2).

“Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino do seu Filho amado” (Cl 1, 13).

“Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (Lc 23, 42).


MEDITAR

“Ninguém dá o que não tem. Se um homem não se aceita plena e verdadeiramente, tanto em sua inteireza como em sua fragilidade, ele tampouco pode se dar inteiramente a outra pessoa nem aceitar inteiramente a outra pessoa” (Todd A. Salzman e Wichael G. Lawler).

“Nessas andanças arriscadas podem cometer erros. Podem até receber uma carta da Congregação para a Doutrina da Fé recriminando suas atitudes. Não se preocupem! Expliquem e sigam adiante! Abram portas e façam algo, onde a vida clama! Prefiro uma Igreja que comete erros a uma Igreja que adoece por ficar fechada” (Papa Francisco aos religiosos da Conferência Latino-Americana e do Caribe).


ORAR


Davi tem uma investidura real plebiscitária: “Todas as tribos de Israel vieram encontrar com Davi em Hebron e disseram-lhe: ‘Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne’”. Jesus, o Cristo, da descendência de Davi, ao contrário, é contestado em sua realeza: o povo adota uma posição neutra e oportunista; os soldados O insultam e a inscrição colocada sobre a sua cabeça é um zombaria. Somente um delinquente comum o reconhece como rei. Davi foi vitorioso com a força das armas nas suas batalhas; Jesus, ao contrário, aparece sobre a cruz como perdedor, pois são os seus inimigos que possuem as armas. Onde está a cruz, não há lugar para sinais de força. A tortura foi o seu manto, os espinhos a sua coroa, a proscrição o seu cetro, as provocações e os escárnios foram a sua aclamação. Cristo quer ser reconhecido como rei unicamente por meio de uma adesão livre, no amor, sem coação alguma e nenhuma imposição. Cristo é um Rei vencido pela força, mas vitorioso na fraqueza da ternura e jamais poderá aceitar a honra das armas nem que seja por puro adorno. No calvário, Cristo está coroando não uma conquista espetacular, mas uma obra de reconciliação e de paz. Cristo em seu “palácio” oferece asilo aos “malfeitores” que nele encontram um refúgio seguro e se cerca de súditos “pouco recomendáveis”. Um destes o reconhece explicitamente como rei e se converte no primeiro cidadão do seu Reino. O Reino do Cristo é o reino do Inocente condenado, da inocência achincalhada. É o Reino invisível Daquele que faz irromper no mundo a dimensão do perdão e o perdão para todos, inclusive para os que brilham por sua covardia, pois são os que sempre lavam as mãos. A Igreja de Jesus é sempre ameaçada pelo triunfalismo, em nome do Cristo Rei, para garantir um império como o dos ditadores e não perder o domínio e o privilégio de suas conquistas terrenas. O desafio está lançado no alto do Calvário: ou empenhamos nossas vidas para o serviço aos outros, ou procuraremos o poder e nos converteremos em seus escravos. O “bom ladrão” não obtém de Cristo a salvação física, como pretendia o seu parceiro, mas a salvação total. Jesus, o Rei e Messias crucificado, reúne todo o universo e nos revela, para todo o sempre, que a felicidade em Deus consiste em ser o dom de si mesmo.


CONTEMPLAR

Crucifixão e Deposição, Missal de Reims (Missale Remenense), 1285-1297, pergaminho, 23, 3 x 16, 2 cm, Paris, França.

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