O Caminho da Beleza 51
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XXXII Domingo do Tempo Comum 10.11.2013
2 Mc 7, 1-2.9-14 2 Ts 2, 16- 3, 5 Lc 20, 27-38
ESCUTAR
“Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por
Deus, que um dia nos ressuscitará” (2 Mc 7, 14).
“Que o Senhor dirija os vossos corações ao amor de Deus e à firme
esperança em Cristo” (2 Ts 16, 5).
“Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”
(Lc 20, 38).
MEDITAR
“Deus não precisa ser representado. Ele é ele próprio. Isto basta. Deus
não é uma criatura tão desvalida a ponto de precisar de porta-vozes o tempo
todo. E quando ele quer falar, ele o faz na alma de cada pessoa” (Eugen
Drewermann).
“Não somos espíritos, somos pessoas... Nos veremos à nós, humanos
sempre, nos veremos sempre humanamente, ainda que nos vejamos ‘em sua luz’. A
corporeidade humana é indestrutível. Será transformada” (D. Pedro Casaldáliga).
ORAR
Jesus nos faz
entender que a instituição do matrimônio enquanto tal não tem razão de ser na
outra vida. Isto não significa que na eternidade tudo será varrido, pois o que
se semeou nesta terra no que se refere ao amor autêntico, à amizade, à
fraternidade, certamente não desaparecerá. Ao contrário, tudo encontrará a sua
plenitude e a sua máxima expressividade na transfiguração dos corpos. Devemos
reter duas imagens. A primeira, “são como anjos”, pois a vida eterna estará
consagrada ao louvor e à ação de graças em plena comunhão com Deus e entre nós.
A segunda, “são filhos de Deus”, o que nos faz entrever uma relação de
intimidade como a que existe entre o Pai e o Filho. O Senhor nunca permitirá
que o vínculo da aliança se rompa por este corte brutal que é a morte. Estarmos
destinados à vida eterna significa, principalmente, estarmos muito vivos no
presente. O amor de Deus impede que nos percamos ao longo do caminho. A
paciência do Cristo representa um antídoto contra o cansaço e a desilusão. Não
temos o direito, como cristãos, de colocarmos a Jesus questões destinadas a
ridicularizar o que acreditamos. Jesus afirma antes de mais nada que a
sexualidade sobre a qual também repousa a bênção de Deus (cf. Gn 1, 28) é
transitória e que ela pertence à condição terrestre dos seres humanos e exprime
uma realidade que a transcende. Esta realidade é a fidelidade, a aliança
nupcial de Deus com o seu povo, com todos os homens e mulheres: “Naquele dia –
oráculo do Senhor – tu me chamarás Esposo meu, já não me chamarás Ídolo meu
[...]. Eu me casarei contigo para sempre, eu me casarei contigo a preço de
justiça e de direito, de afeto e de amor” (Os 2, 18.21). Não é a procriação que
assegura a vida eterna, mas o poder de Deus e sua misericórdia.
CONTEMPLAR
A Ressurreição,
William Blake, s.d., aquarela sobre lápis no papel, 21 x 20,5 cm, coleção
particular.
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