segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Caminho da Beleza 51 - XXXII Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 51
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XXXII Domingo do Tempo Comum                       10.11.2013
2 Mc 7, 1-2.9-14                2 Ts 2, 16- 3, 5                   Lc 20, 27-38


ESCUTAR

“Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará” (2 Mc 7, 14).

“Que o Senhor dirija os vossos corações ao amor de Deus e à firme esperança em Cristo” (2 Ts 16, 5).

“Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20, 38).


MEDITAR

“Deus não precisa ser representado. Ele é ele próprio. Isto basta. Deus não é uma criatura tão desvalida a ponto de precisar de porta-vozes o tempo todo. E quando ele quer falar, ele o faz na alma de cada pessoa” (Eugen Drewermann).

“Não somos espíritos, somos pessoas... Nos veremos à nós, humanos sempre, nos veremos sempre humanamente, ainda que nos vejamos ‘em sua luz’. A corporeidade humana é indestrutível. Será transformada” (D. Pedro Casaldáliga).


ORAR

Jesus nos faz entender que a instituição do matrimônio enquanto tal não tem razão de ser na outra vida. Isto não significa que na eternidade tudo será varrido, pois o que se semeou nesta terra no que se refere ao amor autêntico, à amizade, à fraternidade, certamente não desaparecerá. Ao contrário, tudo encontrará a sua plenitude e a sua máxima expressividade na transfiguração dos corpos. Devemos reter duas imagens. A primeira, “são como anjos”, pois a vida eterna estará consagrada ao louvor e à ação de graças em plena comunhão com Deus e entre nós. A segunda, “são filhos de Deus”, o que nos faz entrever uma relação de intimidade como a que existe entre o Pai e o Filho. O Senhor nunca permitirá que o vínculo da aliança se rompa por este corte brutal que é a morte. Estarmos destinados à vida eterna significa, principalmente, estarmos muito vivos no presente. O amor de Deus impede que nos percamos ao longo do caminho. A paciência do Cristo representa um antídoto contra o cansaço e a desilusão. Não temos o direito, como cristãos, de colocarmos a Jesus questões destinadas a ridicularizar o que acreditamos. Jesus afirma antes de mais nada que a sexualidade sobre a qual também repousa a bênção de Deus (cf. Gn 1, 28) é transitória e que ela pertence à condição terrestre dos seres humanos e exprime uma realidade que a transcende. Esta realidade é a fidelidade, a aliança nupcial de Deus com o seu povo, com todos os homens e mulheres: “Naquele dia – oráculo do Senhor – tu me chamarás Esposo meu, já não me chamarás Ídolo meu [...]. Eu me casarei contigo para sempre, eu me casarei contigo a preço de justiça e de direito, de afeto e de amor” (Os 2, 18.21). Não é a procriação que assegura a vida eterna, mas o poder de Deus e sua misericórdia.



CONTEMPLAR

A Ressurreição, William Blake, s.d., aquarela sobre lápis no papel, 21 x 20,5 cm, coleção particular.

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