O Caminho da Beleza 52
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XXXIII Domingo do Tempo Comum 17.11.2013
Ml 3, 19-20 2 Ts 3, 7-12 Lc 21, 5-19
ESCUTAR
“Para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo
salvação em suas asas” (Ml 3, 20a )
“Quem não quer trabalhar, também não deve comer” (2 Ts 3, 10).
“Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome
dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente” (Lc
21, 8).
MEDITAR
“Crescemos na escola de Caifás, um professor que nos obrigou a copiar
milhões de vezes no caderno de nossa existência que poder, riqueza e prestígio
são os pilares de um mundo feliz. Frente a esta aprendizagem gravada a fogo na
alma de nossa cultura, o caminho até a felicidade distópica do Reino – serviço,
pobreza e humildade – exige uma conversão social e pessoal nada fácil e nem
evidente” (José Laguna).
“Há que dizer a verdade, toda a verdade, nada mais que a verdade.
Dizer cruamente a verdade crua, preocupadamente a verdade que causa dano,
tristemente a verdade triste. Quem não proclama a verdade quando a conhece se
torna cúmplice dos mentirosos e dos covardes” (Charles Pèguy).
ORAR
Teremos sempre que enfrentar a hora decisiva e a
lucidez exige afrontar a soberba e a injustiça que tem raiz e ramos dentro de
nós. Temos que atiçar o fogo ardente para queimar como palha tudo o que dentro
de nós faz parte de um mundo decrépito e inaceitável aos olhos de Deus. Devemos
aniquilar a astúcia humana que cultiva a ilusão de que pode possuir o segredo
do momento e, por esta razão, tentamos o Senhor: “Mestre, quando vai ser isto?
E qual será o sinal que tudo isto está para suceder?”. São sempre as mesmas e
tediosas perguntas repetidas até a náusea – “quando?” e “como?” – para que
possamos aniquilar o risco de sermos surpreendidos. Jesus nos apela à
perseverança, pois “é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será
logo o fim”, pois os dias dos homens, os dias do antes também são dias do Senhor, dias em que se desenvolve o juízo.
O único tempo certo é o tempo da conversão. A existência do cristão encontra o
seu ponto de equilíbrio no concreto do compromisso cotidiano sério e sereno,
evitando os extremos opostos do fanatismo e da inércia. Paulo fez-se construtor
de tendas para sobreviver do próprio trabalho e não onerar a comunidade
eclesial e Jesus afirma que do templo não “ficará pedra sobre pedra”: “O Senhor
repudiou o seu altar, desfez o seu santuário, afundou na terra as portas,
quebrou os ferrolhos, estendeu o prumo e não retirou a mão que derrubava” (Lm
2, 5-9). No lugar do Templo, Deus oferece uma tenda que, em sua provisoriedade,
é necessária como resguardo e lugar de encontro dos nômades. E ainda assim
continuam a perguntar: “O fim do mundo é para amanhã?”. Jesus dá a resposta: “O
Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui, está
ali, pois o Reino de Deus está no meio de nós’” (Lc 17, 20-21). E podemos
responder tranquilamente: “Não, o fim anunciado é hoje” e por mais que na arrogância queiramos materializar os
símbolos de proteção e poder em fortalezas, templos, palácios e igrejas de
pedra, Aquele que nasceu numa manjedoura, que morreu suspenso numa cruz e saiu
vivo e nu de um túmulo despojado, garante, para todo o sempre, que somos o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em nós (cf. 1 Cor 3, 16).
CONTEMPLAR
Oscar Romero de El Salvador, ícone, anônimo.
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