O Caminho da Beleza 13
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
I Domingo da Quaresma 17.02.2013
Dt 26, 4-10 Rm 10, 8-13 Lc 4, 1-13
ESCUTAR
“Meu pai era um arameu errante,
que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro” (Dt
26, 5).
“Essa é a palavra da fé que pregamos.
Se, pois, com tua boca confessares que Jesus é Senhor e, no teu coração, creres
que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10, 8-9).
“Jesus, cheio do Espírito Santo,
voltou do rio Jordão e, no Espírito, era conduzido pelo deserto. Ali foi posto
à prova pelo diabo, durante quarenta dias” (Lc 4, 1-2).
MEDITAR
“Ser cristão é se reconhecer
salvo por Jesus, vivendo uma aventura de amizade pessoal com ele, acolhendo o
amor com que nos ama, a ponto de dar sua vida por nós, e nos empenhando
pessoalmente em amá-lo, vivendo entre nós no amor uns dos outros, o mesmo amor
com que Jesus no ama” (Francisco Catão).
“O amor fraterno é um viaduto
ligando com um só arco Deus e os homens. Este arco não se pode dividir. Como um
ir e vir, ele é um e o mesmo” (Madeleine Debrêl).
ORAR
As leituras
desta liturgia oferecem as três bases necessárias para a quaresma: a ação de
graças, a confissão de fé e a purificação por meio da Palavra. O sacerdote
oferece o cesto com as primícias: uma pequena parte da colheita. Para o Senhor
não importa a quantidade, mas o significado, pois a colheita dos campos, antes
de ser fruto do trabalho do homem, é dom e bênção de Deus. Ao confessarmos que
Jesus é o Senhor que morreu e ressuscitou, devemos fazê-lo com a boca e com o
coração numa profunda adesão pessoal. O evangelista apresenta o relato das
tentações a Jesus. Elas não são propriamente de ordem moral, mas propostas
claras das maneiras falsas de se compreender e viver a missão: as tentações de
um atalho, de um triunfo fácil e da popularidade pelos gestos espetaculares.
Jesus rechaça todas as propostas do Divisor, citando as palavras da Escritura e
ratificando a sua determinação de cumprir, unicamente, o desígnio do Pai. O
tempo da quaresma deve ser um tempo propício para avaliarmos e constatarmos se
as nossas vidas correspondem aos desígnios do Senhor. É o tempo de purificarmos,
por meio da Palavra de Deus, as superstições, os desvairos, as ostentações com
as quais vestimos a nossa pretensa prática cristã. É o tempo para rechaçar os
comprometimentos que traem a mensagem evangélica. É o tempo para recusar uma
religiosidade construída à nossa medida e nos convertemos aos caminhos
propostos por Jesus. Isto será possível se tivermos a coragem de nos confrontarmos
com a Palavra de Deus. Na quaresma, devemos ser capazes de um pouco de deserto,
de um pouco de silêncio e de um mínimo de coragem para irmos às raízes mais
profundas da fé e do amor. A conversão a que somos convidados não é outra coisa
que dar as costas aos nossos medíocres projetos, às nossas míopes aspirações e
voltarmos, de peito aberto e corpo inteiro, ao desígnio original do Senhor:
amar! A penitência é a nostalgia da nossa autêntica grandeza. A quaresma nos
chama a abandonarmos a preguiça e o tédio, pois “o preguiçoso é como um pedaço
de papel higiênico usado; é um nojento que é desprezado por todos. É como
esterco num monte de lixo; quem encosta as mãos nele, trata logo de lavá-las”
(Eclo 22, 2, Bíblia Sagrada, Nova
tradução na linguagem de hoje, São Paulo, Paulinas, 2005).
CONTEMPLAR
A Terceira Tentação, William Blake, c. 1803-5, aquarela, lápis e pena sobre papel, 41,5 x 39,3 cm, Victoria
and Albert Museum, Londres, Grã-Bretanha.
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