quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Caminho da Beleza 31 - Natividade de São João Batista

O Caminho da Beleza 31
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



Natividade de São João Batista                   24.06.2012
Is 49, 1-6                 At 13, 22-26                       Lc 1, 57-66.80


ESCUTAR

“O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava” (Is 49, 1-3).

“Estando para terminar a sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’” (At 13, 22-26).

“No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: ‘Não! Ele vai chamar-se João’. Os outros disseram: ‘Não existe nenhum parente teu com esse nome’. Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: ‘João é o seu nome’. E todos ficaram admirados” (Lc 1, 59-63).


MEDITAR

“Quem dá não deve nunca se lembrar. Quem recebe não deve jamais esquecer” (Provérbio hebreu).

“Se fossemos capazes de ver o Cristo em nosso próximo, não haveria necessidade de armas e generais. Frequentemente, nós cristãos, pregamos um Evangelho que não vivemos. Esta é a razão pela qual o mundo não crê” (Madre Teresa de Calcutá).


ORAR

A figura de João, o Batista, é uma das mais misteriosas na Bíblia, pois não somos capazes de compô-la com os fragmentos que dela temos. Ele próprio evitou uma clara definição de si mesmo com a sua tríplice negação: não era o Messias, nem Elias e muito menos o profeta, era apenas uma “voz que clama no deserto”. João estava numa linha de fronteira: era o maior dos nascidos de mulher e o menor no reino dos céus era maior do que ele. Era o enviado para endireitar as veredas e preparar o caminho para O que estava por vir e, no entanto, declarava-se indigno de ajoelhar-se para desatar as correias de Suas sandálias (Mc 1, 7). O evangelista Lucas desvela a fronteira: “A lei e os profetas duraram até João. A partir daí anuncia-se a boa nova do Reino de Deus” (Lc 16, 16). João, no seu esvaziamento pessoal, encaminha os seus discípulos ao seguimento de Jesus e se alegra ao ver que se aproximam mais pessoas de Jesus do que dele (Jo 3, 26ss). João declara na sua lucidez: “Nisso consiste a minha alegria completa. Ele deve crescer, eu diminuir” (Jo 3, 29-30). Por tudo isso, João atinge o seu verdadeiro estatuto: o de amigo do Noivo cuja alegria está em entregar-lhe a Noiva, prolongando a sua própria condição de converter-se em voz do noivo e não mais em uma voz do deserto. O nome de João é um nome programático: é o anúncio de um tempo de graças. Este nome indica a graça transformadora de Deus e o esplendor da criatura plenificada por esta graça. Toda vocação tem dois protagonistas que se entrelaçam: Deus e o homem. Se bloquearmos a irrupção da graça, o homem se extingue na mesquinhez e no egoísmo. Se bloquearmos a vontade humana, o dom de Deus cai no vazio. Nós, cristãos e cristãs, devemos aprender que a graça e a vontade são os dois polos da santidade. A vocação cristã é radical, nada é colocado entre parênteses, nada é inútil, pois tudo é precioso e santo. O Concílio Ecumênico Vaticano II afirmava: “Fique bem claro que todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo” (Lumen Gentium 40). O Deus de Jesus Cristo não cai simplesmente do céu, mas se encarna concretamente numa história que é um caminho para ele. Um caminho em que é esperado e no qual a sua mensagem se torna perceptível. E nesta história concreta, João Batista é o último profeta e a última testemunha que precede a Jesus. Sejamos nas nossas comunidades como o precursor: puro passo e páscoa!


CONTEMPLAR

Seu Nome é João, Daniel Bonnell, óleo sobre tela, 36 x 38 pol., Georgia, Estados Unidos.




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