O Caminho da Beleza 31
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
Natividade de São João Batista 24.06.2012
Is 49, 1-6 At 13, 22-26 Lc 1, 57-66.80
ESCUTAR
“O Senhor chamou-me antes de eu
nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; fez de minha
palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma
flecha aguçada, escondida em sua aljava” (Is 49, 1-3).
“Estando para terminar a sua
missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede:
depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’” (At 13,
22-26).
“No oitavo dia, foram circuncidar
o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse:
‘Não! Ele vai chamar-se João’. Os outros disseram: ‘Não existe nenhum parente
teu com esse nome’. Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria
que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: ‘João é o
seu nome’. E todos ficaram admirados” (Lc 1, 59-63).
MEDITAR
“Quem dá não deve nunca se
lembrar. Quem recebe não deve jamais esquecer” (Provérbio hebreu).
“Se fossemos capazes de ver o
Cristo em nosso próximo, não haveria necessidade de armas e generais.
Frequentemente, nós cristãos, pregamos um Evangelho que não vivemos. Esta é a
razão pela qual o mundo não crê” (Madre Teresa de Calcutá).
ORAR
A figura de
João, o Batista, é uma das mais misteriosas na Bíblia, pois não somos capazes
de compô-la com os fragmentos que dela temos. Ele próprio evitou uma clara
definição de si mesmo com a sua tríplice negação: não era o Messias, nem Elias
e muito menos o profeta, era apenas uma “voz que clama no deserto”. João estava
numa linha de fronteira: era o maior dos nascidos de mulher e o menor no reino
dos céus era maior do que ele. Era o enviado para endireitar as veredas e
preparar o caminho para O que estava por vir e, no entanto, declarava-se
indigno de ajoelhar-se para desatar as correias de Suas sandálias (Mc 1, 7). O
evangelista Lucas desvela a fronteira: “A lei e os profetas duraram até João. A
partir daí anuncia-se a boa nova do Reino de Deus” (Lc 16, 16). João, no seu
esvaziamento pessoal, encaminha os seus discípulos ao seguimento de Jesus e se
alegra ao ver que se aproximam mais pessoas de Jesus do que dele (Jo 3, 26ss).
João declara na sua lucidez: “Nisso consiste a minha alegria completa. Ele deve
crescer, eu diminuir” (Jo 3, 29-30). Por tudo isso, João atinge o seu
verdadeiro estatuto: o de amigo do Noivo cuja alegria está em entregar-lhe a
Noiva, prolongando a sua própria condição de converter-se em voz do noivo e não
mais em uma voz do deserto. O nome de João é um nome programático: é o anúncio
de um tempo de graças. Este nome indica a graça transformadora de Deus e o
esplendor da criatura plenificada por esta graça. Toda vocação tem dois
protagonistas que se entrelaçam: Deus e o homem. Se bloquearmos a irrupção da
graça, o homem se extingue na mesquinhez e no egoísmo. Se bloquearmos a vontade
humana, o dom de Deus cai no vazio. Nós, cristãos e cristãs, devemos aprender
que a graça e a vontade são os dois polos da santidade. A vocação cristã é
radical, nada é colocado entre parênteses, nada é inútil, pois tudo é precioso
e santo. O Concílio Ecumênico Vaticano II afirmava: “Fique bem claro que todos
os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados
à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma
crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de
Cristo, para seguir seus passos, tornando-se conformes à sua imagem, obedecendo
em tudo à vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao
serviço do próximo” (Lumen Gentium
40). O Deus de Jesus Cristo não cai simplesmente do céu, mas se encarna
concretamente numa história que é um caminho para ele. Um caminho em que é esperado
e no qual a sua mensagem se torna perceptível. E nesta história concreta, João
Batista é o último profeta e a última testemunha que precede a Jesus. Sejamos
nas nossas comunidades como o precursor: puro passo e páscoa!
CONTEMPLAR
Seu Nome é João, Daniel Bonnell, óleo sobre tela, 36 x 38 pol.,
Georgia, Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário