segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Caminho da Beleza 30 - XI Domingo do Tempo Comum

O Caminho da Beleza 30
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



XI Domingo do Tempo Comum                   17.06.2012
Ez 17, 22-24                       2 Cor 5, 6-10                      Mc 4, 26-34


ESCUTAR

“E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17, 24).

“Estamos sempre cheios de confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos longe do Senhor; pois caminhamos na fé e não na visão clara” (2 Cor 5, 6-7).

“O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4, 26-27).


MEDITAR

“A pessoa verdadeiramente sábia se ajoelha aos pés de todas as criaturas e não teme suportar a zombaria dos outros” (Mechtild de Magdeburgo)

“As críticas não são outra coisa que o orgulho escondido. Uma alma sincera consigo mesma não se humilhará jamais com uma crítica. Se nos preocupamos muito conosco, não nos restará tempo para os outros”(Madre Teresa de Calcutá).


ORAR

As parábolas do Reino nos defrontam com uma expressão sobejamente utilizada e difundida hoje em nossa sociedade e igrejas: a irrupção do Reino de Deus como um acontecimento sensacionalista e espetacular. No entanto, quando o Reino de Deus “irrompe” na cena da libertação do Egito, inicia-se uma marcha pelo deserto que nada tem de triunfal. Quando o Cristo “irrompe” no meio dos homens, encontramos uma criança num estábulo. A parábola da semente que cresce por si mesma não sugere a imagem de uma “espetacular irrupção”, mas a de uma ação paciente e silenciosa. O Evangelho de hoje apresenta uma palavra-chave: “Ele [o que espalha a semente] não sabe como isto acontece”. Nós também nunca saberemos nada porque tudo pertence a Deus e ao seu amor e se Deus se torna frágil, o seu amor é o que existe de mais forte. Estamos acostumados ao estudo científico do possível e, no entanto, ao se tratar do amor de Deus jamais saberemos como ele age e atua no mais íntimo do nosso ser e coração. Jesus nos revela a fragilidade de Deus e nos apela a exercer o que há de maior e mais nobre em nós: a generosidade. A sociedade de hoje tudo mede e valoriza pelo critério de se “agregar valor de mercado”. Jesus, porém, ensina uma medida de valor inestimável: a grandeza da humildade. Uma humildade cuja fonte e o cerne são o próprio coração de Deus. A vitória da Palavra semeada é assegurada apesar da obscuridade aparente; basta cumprir o testemunho que nos cabe: “Levai à plenitude minha alegria, sentindo as mesmas coisas, com amor mútuo, concórdia e procurando as mesmas coisas. Nada façais por ambição ou vanglória, mas com humildade tende os outros como melhores. Ninguém procure o próprio interesse e sim o dos outros. Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 2b-4). Jesus lembra que o menor de todos, no Reino de Deus, converter-se-á em maior e devemos sempre nos colocar no último lugar numa profunda identidade com o Homem de Nazaré: “Eu vim para servir e não para ser servido e dar a minha vida como resgate por todos” (Mt 20, 28). Somos os lavradores que preparam a terra para que a semente germine. O Papa Bento XVI declara: “A justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da política. Um Estado, que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um grande bando de ladrões” (Deus Caritas Est 28). Jesus, ao ser assassinado como o menor dos menores, na árvore/cruz, tornou-se, pela Ressurreição, a Árvore da Vida, a maior dentre as maiores. Despojemo-nos e sejamos confiantes no amor de Deus e em sua promessa: “Eu, o Senhor, falei e farei”. Caso contrário, seremos como “a maioria dos homens, fechados em seu corpo mortal como caramujos na sua concha, enrolados como ouriços nas suas obsessões, que modelam sobre si mesmos a sua ideia de um deus feliz” (Clemente de Alexandria).


CONTEMPLAR

A Semente de Mostarda, Jen Snyder, série “A Revelação”, tela sem moldura, 20 x 20 cm, Carolina do Norte, Estados Unidos.






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