O Caminho da Beleza 30
Leituras para a travessia da vida
“A
beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de
nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus
porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca
do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).
“Quando
recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha
íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não
deixe cair a profecia” (D.
Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).
XI Domingo do Tempo Comum 17.06.2012
Ez 17, 22-24 2 Cor 5, 6-10 Mc 4, 26-34
ESCUTAR
“E todas as árvores do campo
saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa;
faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço”
(Ez 17, 24).
“Estamos sempre cheios de
confiança e bem lembrados de que, enquanto moramos no corpo, somos peregrinos
longe do Senhor; pois caminhamos na fé e não na visão clara” (2 Cor 5, 6-7).
“O Reino de Deus é como quando
alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a
semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece” (Mc 4,
26-27).
MEDITAR
“A pessoa verdadeiramente sábia
se ajoelha aos pés de todas as criaturas e não teme suportar a zombaria dos
outros” (Mechtild de Magdeburgo)
“As críticas não são outra coisa
que o orgulho escondido. Uma alma sincera consigo mesma não se humilhará jamais
com uma crítica. Se nos preocupamos muito conosco, não nos restará tempo para
os outros”(Madre Teresa de Calcutá).
ORAR
As parábolas
do Reino nos defrontam com uma expressão sobejamente utilizada e difundida hoje
em nossa sociedade e igrejas: a irrupção do Reino de Deus como um acontecimento
sensacionalista e espetacular. No entanto, quando o Reino de Deus “irrompe” na
cena da libertação do Egito, inicia-se uma marcha pelo deserto que nada tem de
triunfal. Quando o Cristo “irrompe” no meio dos homens, encontramos uma criança
num estábulo. A parábola da semente que cresce por si mesma não sugere a imagem
de uma “espetacular irrupção”, mas a de uma ação paciente e silenciosa. O
Evangelho de hoje apresenta uma palavra-chave: “Ele [o que espalha a semente]
não sabe como isto acontece”. Nós também nunca saberemos nada porque tudo
pertence a Deus e ao seu amor e se Deus se torna frágil, o seu amor é o que
existe de mais forte. Estamos acostumados ao estudo científico do possível e, no
entanto, ao se tratar do amor de Deus jamais saberemos como ele age e atua no
mais íntimo do nosso ser e coração. Jesus nos revela a fragilidade de Deus e
nos apela a exercer o que há de maior e mais nobre em nós: a generosidade. A
sociedade de hoje tudo mede e valoriza pelo critério de se “agregar valor de
mercado”. Jesus, porém, ensina uma medida de valor inestimável: a grandeza da
humildade. Uma humildade cuja fonte e o cerne são o próprio coração de Deus. A
vitória da Palavra semeada é assegurada apesar da obscuridade aparente; basta
cumprir o testemunho que nos cabe: “Levai à plenitude minha alegria, sentindo
as mesmas coisas, com amor mútuo, concórdia e procurando as mesmas coisas. Nada
façais por ambição ou vanglória, mas com humildade tende os outros como
melhores. Ninguém procure o próprio interesse e sim o dos outros. Tende os
mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 2b-4). Jesus lembra que o menor de
todos, no Reino de Deus, converter-se-á em maior e devemos sempre nos colocar
no último lugar numa profunda identidade com o Homem de Nazaré: “Eu vim para
servir e não para ser servido e dar a minha vida como resgate por todos” (Mt
20, 28). Somos os lavradores que preparam a terra para que a semente germine. O
Papa Bento XVI declara: “A justa ordem da sociedade e do Estado é dever central
da política. Um Estado, que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a
um grande bando de ladrões” (Deus Caritas
Est 28). Jesus, ao ser assassinado como o menor dos menores, na
árvore/cruz, tornou-se, pela Ressurreição, a Árvore da Vida, a maior dentre as
maiores. Despojemo-nos e sejamos confiantes no amor de Deus e em sua promessa:
“Eu, o Senhor, falei e farei”. Caso contrário, seremos como “a maioria dos
homens, fechados em seu corpo mortal como caramujos na sua concha, enrolados
como ouriços nas suas obsessões, que modelam sobre si mesmos a sua ideia de um
deus feliz” (Clemente de Alexandria).
CONTEMPLAR
A Semente de Mostarda, Jen Snyder, série “A Revelação”, tela sem
moldura, 20 x 20 cm, Carolina do Norte, Estados Unidos.
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