Entristecidos mas sempre alegres, pobres mas enriquecendo a
muitos, nada tendo mas possuindo tudo (2 Cor 6, 10).
Santa Maria, Mãe de Deus
Nm 6, 22-27 Gl
4, 4-7 Lc 2, 16-21
ESCUTAR
“O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!”
(Nm 6, 26).
“Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o
seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4, 4)
“Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava
sobre eles em seu coração” (Lc 2, 19).
MEDITAR
O corpo humano é um corpo que se faz, um corpo que se
transforma, um corpo que se espiritualiza, um corpo que se imortaliza e um
corpo que respira Deus e que O revela.
(Maurice Zundel)
ORAR
O ano civil se abre com a festa da Mãe de Deus. Maria, com seu consentimento ilimitado, revela uma fecundidade aberta ao Infinito e a resposta de Deus é uma maternidade cuja expansão é imprevisível. Cada afirmação dada ao Senhor é sempre restituída com o imprevisível do seu dom. Hoje comemoramos a jornada mundial da Paz e devemos estar lúcidos de que a paz só poderá ser construída quando os homens disserem um Sim, uns aos outros, como uma acolhida recíproca de cada um como irmão. O Evangelho chama de bem-aventurados os construtores da paz, uma paz que nunca será construída pelos poderosos da terra, que lucram com as guerras e que se imobilizam reciprocamente por meio dos arsenais nucleares e dos mísseis que desfilam diante das crianças nas festas da Pátria. Desfilam para adestrá-las a sentirem orgulho do poder bélico, sem saber que são poucos os que lucram com a fábrica de mortes que se sucede de geração em geração. Que se vingue a profecia de D. Hélder Câmara: “que se acabe, mas que se acabe mesmo, a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar é a paz!”. O campo de guerra dos cristãos é um campo aberto cujas armas são o perdão, a tolerância, a compreensão, o respeito e a confiança. É necessário ensinar as crianças, para além dos seus video games, que há sempre um irmão para amar e não um inimigo a ser eliminado. Agindo desta forma, seremos merecedores do bendizer de Deus sobre nós para que sejamos transformados pela sua Palavra. Pedir a bênção de Deus é nos oferecermos, incondicionalmente, a Ele para que exerça em nós a Sua ação transformadora e nos vire do avesso. A bênção maior é o dom do Seu Filho por meio do qual volta para nós o Seu rosto e faz brilhar sobre nós a Sua face. Tudo é expressão de humildade: os pastores eram pessoas pouco recomendadas e o seu trabalho os impedia de frequentar as sinagogas e respeitar o sábado; tudo se passa em Belém, a casa do pão, e o Menino está deitado numa manjedoura que se torna uma bela imagem para Aquele que vem para ser alimento da humanidade. A Igreja de Jesus não deve procurar a companhia dos grandes, mas compadecer-se na amizade dos que são, falsamente, chamados de pobre gente. Meditemos as palavras do Cardeal Gianfranco Ravasi: “A Igreja, como Maria, deve viver a sua santidade e a sua fidelidade na existência ordinária dos homens sem procurar se distinguir ou se fazer notar e separar-se deles. A Igreja deve viver no meio deles nas circunstâncias ordinárias da vida”.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe.
Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Virgem amamentando, ou Galactotrophousa, Girgis Al-Musawwir, último
quarto do século XVIII, têmpera sobre madeira, 32,4 x 26 cm, Arcebispado
Grego-Católico de Alep, Síria.
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