quinta-feira, 19 de setembro de 2024

O Caminho da Beleza 44 - XXV Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).


XXV Domingo do Tempo Comum              

Sb 2.12.17-20                     Tg 3, 16-4.3                        Mc 9, 30-37

 

 

ESCUTAR

“Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir” (Sb 2, 12).

“Caríssimos, onde há inveja e rivalidade aí estão as desordens e toda espécie de obras más” (Tg 3, 16).

“Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (Mc 9, 35).

 

MEDITAR

Meu Senhor e meu Deus, tira-me tudo que me distancia de ti. Meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo que me aproxima de ti. Meu Senhor e meu Deus, separa-me de mim e entrega-me completo para ti.

 

(Nicolau de Flüe)

 

 Aquele que tem um amigo verdadeiro não precisa de um espelho.

(Provérbio indiano)

 

ORAR

No nosso cotidiano enfrentamos três desafios: a cobiça, a inveja e a rivalidade. A atitude denunciada pelo livro da Sabedoria é extremamente atual no cinismo civil e religioso em que vivemos: “Armemos ciladas ao justo, pois sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da Lei e nos difama por pecarmos contra a nossa tradição”. Os homens do poder têm escarnecido dos mais pobres por meio de falsas promessas e pela venda de ilusões. Ao prometer um poder como serviço, revelam a intimidade dos seus corações estimulando a inveja, a divisão pela rivalidade e aumentando a cobiça ao se “venderem” como cidadãos acima de quaisquer suspeitas. O evangelista mostra os discípulos fazendo ouvidos surdos e não compreendendo o que ouviam, pois “pelo caminho tinham discutido quem era o maior”. Jesus, ao colocar no colo uma criança, quer falar da fragilidade do ser humano porque acolher o Reino de Deus, como uma criança, significa que a nova ordem social só poderá ser construída quando tivermos a coragem de enfrentar os verdadeiros fundamentos da opressão e rompermos o ciclo da violência que despreza e utiliza os menores e os mais fracos. O Evangelho nos convida a viver com Jesus a mesma entrega e confiança que uma criança tem com seus pais. Como cristãos, devemos falar de afabilidade, mansidão, compaixão nesta sociedade que vive sob o signo da competitividade, da agressividade e da prepotência, ainda que sejamos considerados ingênuos, ou pior, idiotas. Caso contrário, viveremos também a maldição de cobiçar, mas não conseguir ter; de cultivar a inveja, mas não conseguir êxito algum; de brigar e guerrear, mas não conseguir possuir. E sermos condenados, por nós mesmos, à maior das maldições: a de pedir e não receber.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Meninas na missa, 2003, Igreja Católica Notre Dame do Haiti, Miami, Flórida, da série Haiti/ Little Haiti, Bruce Weber (1946-), Pensilvânia, Estados Unidos.




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