A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).
XXII Domingo Tempo Comum
Dt 4, 1-2.6-8 Tg 1,17-18.21-22.27 Mc 7, 1-8.14-15.21-23
ESCUTAR
“Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo” (Dt 4, 2).
Sede praticantes da palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1,22).
“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior” (Mc 7,15).
MEDITAR
A simples administração eclesiástica é insuficiente para realizar a missão da Igreja: é hora de as comunidades cristãs viverem uma “conversão pastoral”, marcada pelo testemunho.
(Francisco Catão)
ORAR
O agir cristão deve considerar as três conexões existentes no interior do Evangelho. A primeira é que não se permite uma escuta descompromissada. A Palavra dá um sentido novo à vida e determina uma mudança radical na aceitação da nossa existência. A Palavra confinada ao âmbito do sagrado; cristalizada numa prática religiosa episódica e que não atinge o espaço “profano” do viver, é uma Palavra morta. Uma Palavra que não determina um compromisso concreto é uma Palavra que nos condena. Devemos escutar e cumprir. A segunda é com a humanidade: “A religião pura e sem mancha diante do Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações”. Não basta nos sentirmos em dia com Deus mediante a prática cultual e religiosa. É urgente prolongar o serviço do templo numa liturgia da solidariedade, da fraternidade, da justiça e da misericórdia que se celebra ao longo do caminho. Testemunho que encontrei Deus se tenho a coragem de encontrar o irmão. Se rompermos esta íntima relação, a fé padecerá da deformação do intimismo, do espiritualismo desencarnado e do legalismo intolerante. A terceira dá-se entre o coração e a prática exterior. O Senhor não se contenta com a fachada porque faz a diagnose do coração. Jesus se refere ao coração como a fonte das ações. É no coração que amadurecemos as convicções profundas, as decisões fundamentais e as orientações da existência. O externo deve ser a expressão do que cresceu no íntimo do coração e não máscara, camuflagem e aparência. Deus está próximo quando a sua Palavra anima as ações, impulsiona-nos a encontrar o próximo e está semeada no coração. Quando simplesmente se dá escuta, culto e forma ao exterior, com certeza, o Senhor está em outra parte.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Madre Teresa de Calcutá, novembro de 1960, imagem: Keystone, Getty Images, Veja, veja.abril.com.br, 24/01/2014.