sexta-feira, 12 de julho de 2024

O Caminho da Beleza 34 - XV Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).

XV Domingo do Tempo Comum                  

Am 7, 12-15                        Ef 1, 3-14                 Mc 6, 7-13

 

ESCUTAR

“Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros” (Am 7, 14).

“Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu” (Ef 1, 3).

“Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” (Mc 6, 11).

 

 

MEDITAR

 

Um grão amontoado apodrece, espalhado frutifica.

 

(São Domingos de Gusmão)

 

O preço do sofrimento depende da resposta que lhe dá o homem: suportado e aturado, não chega a produzir senão medíocres e deformados; assumido, é um meio poderoso de elevação, um apelo a um mais-ser. Nossa vida profunda só se mantém por um vaivém contínuo do rebaixamento ao afrontamento.

 

(Emmanuel Mounier)

 

 

ORAR

O profeta recebe um encargo que o leva a invadir, com certa ingenuidade, espaços rigorosamente protegidos. As bênçãos de Deus nem sempre são carícias e seus dons podem ser pedras toscas lançadas pelas mãos e bocas dos profetas contra as consciências adormecidas. O profeta será sempre um intruso em nossas vidas e instituições ajustadas e conformadas. A missão confiada por Cristo é se arriscar na pobreza, para que o caminho não se torne um fardo que estorve a força do Evangelho. O tom maior é mais sobre o levar do que o possuir. O Evangelho de Jesus Cristo não necessita de meios tecnológicos adequados e de ponta. A sua força e expansão estão nos encontros pessoais e amorosos e não nas parafernálias usadas que mais fazem desaparecer a Boa Nova do que torná-la visível. Devemos estar sempre a caminho e nunca instalados. O báculo para Jesus não servia para mandar, mas para caminhar. Jesus não pensa no que devemos levar para sermos eficazes, mas no que não devemos levar para não vivermos encerrados no nosso bem-estar. A Igreja de Jesus deve reaprender a viver em minoria no meio de uma sociedade secularizada e consumista. Depois de ser a religião oficial do Império Romano; de ter exercido durante séculos um poder hegemônico, as igrejas não conseguem caminhar sem o apoio de algum poder que lhes garanta atuar com privilégios e superioridade. O Evangelho é anunciado por aqueles que sabem viver com simplicidade, homens e mulheres livres que conhecem o prazer de caminhar pela vida, sem sentir-se escravos das coisas. Para o cristão, basta um amigo, uma amiga, um bastão e poucas sandálias para adentrar pelas veredas da Vida.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

O Caminho para Emaús, Daniel Bonnell, óleo sobre tela, Georgia, Estados Unidos.





 





 

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