quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Caminho da Beleza 40 - XXI Domingo do Tempo Comum

Os transbordamentos de amor acontecem sobretudo nas encruzilhadas da vida, em momentos de abertura, fragilidade e humildade, quando o oceano do amor de Deus arrebenta os diques da nossa autossuficiência e permite, assim, uma nova imaginação do possível (Papa Francisco).

XXI Domingo do Tempo Comum                22.08.2021

Js 24, 1-2.15-18                Ef 5, 21-32              Jo 6, 60-69

 

ESCUTAR

“O Senhor, nosso Deus, ele mesmo é quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão” (Js 24, 17).

Vós que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros (Ef 5, 21).

“Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (Jo 6, 60)

 

MEDITAR

O desconfinamento vai exigir uma intensa atenção ao outro: cada um deverá renunciar à impaciência, à insolência, à gulodice, à incivilidade de seu ego para dar prioridade à proteção do outro, meio eminente de entrar em relação com ele.

(François Cassingena-Trévedy, 1959-, França)

 

ORAR

        A opção fundamental, isto é, a decisão que define a história autêntica de toda pessoa, está no centro da experiência atual. Uma escolha frequentemente dramática, dilacerante, vivida repetidamente. A decisão pelo escândalo da pobreza e da humildade contra a ilusão do orgulho e do poder, a decisão por um Deus vivo e exigente contra os ídolos extintos, mas convenientes, e, se quisermos incluir a segunda leitura, a decisão pelo amor total contra o egoísmo na vida eclesial e matrimonial. A liberdade está no coração da fé e da moral. Temos visto que o “servir” bíblico significa adesão pessoal e espontânea. O “vós também vos quereis ir embora?” de Jesus é esclarecedor. Não se constrói nunca uma verdadeira fé senão sobre uma educação plena para a liberdade. Uma liberdade não só de qualquer coisa ou de qualquer um, ou seja, dos condicionamentos externos e internos (aspecto negativo, todavia fundamental, da liberdade), mas também liberdade para qualquer coisa e, sobretudo, para qualquer um, na doação positiva a Deus e aos irmãos. A liberdade de Jesus deve ser contagiosa até para o cristão, deve atravessar a pessoa, deve percorrer as instituições e ser a alma da Igreja. A liberdade é risco. Pode também desembocar na traição (Judas, os discípulos “que voltaram atrás”; o Israel pecador).  A medida da autêntica liberdade está no amor (Ef 5). Da Ética de Bonhoeffer: “Responsabilidade e liberdade são conceitos que se correspondem reciprocamente. A responsabilidade pressupõe a liberdade e esta não pode se basear senão na responsabilidade. A responsabilidade é a liberdade conferida aos homens unicamente pela obrigação que os vincula a Deus e ao próximo”.

(Gianfranco Ravasi, 1942-, Itália).

 

CONTEMPLAR

Washington Square, 1960, Dave Heath (1931-2016), Estados Unidos.




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário