segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O Caminho da Beleza 48 - XXIX Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXIX Domingo do Tempo Comum             21.10.2018
Is 53, 10-11             Hb 4, 14-16             Mc 10, 35-45


ESCUTAR

Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita (Is 53, 11).

Irmãos, temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus (Hb 4, 14).

Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “...Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda quando estiveres na tua glória!” (Mc 10, 35.37).


MEDITAR

Abbá Agathon dizia: “Se pudesse encontrar um leproso a quem doar meu corpo para tomar o dele, ficaria contente, pois tal é a caridade perfeita”.

(Sentenças dos Padres do deserto, séculos 3-4)


ORAR

A resposta que Jesus fez ao nossos dois impetrantes é mais desconcertante ainda, porque, longe de estigmatizar severamente, como se esperaria, seu topete e sua ingenuidade, ela, por sua vez, coloca rapidamente a questão nos seus termos; uma vez que, longe de explicar uma suposta nomenclatura, ela lança as palavras – e o homem por inteiro – à beira de um abismo: Podeis beber? Eles falavam seriamente em certeza, instituição, hierarquia (eclesiástica já, sobretudo) e eis que ele lhes canta um banquete; eles aspiravam a um conforto (deixa-nos sentar) e ele lhes faz incorrer num risco; eles esperavam uma segurança e ele lhes propõe uma vertigem; eles se contentavam com uma simples justaposição e eis que, desprezando toda a higiene, ele lhes oferece uma promiscuidade, pela bebida e pelo banho; eles careciam da respeitabilidade de vidas paralelas e ele lhes fala, ele, de uma causa comum, de uma vida comum e de uma morte comum, a acontecer. Eles se afetavam por títulos e ele preparava, antes deles, suas capacidades fora do comum e, não obstante, destinadas a todo o mundo. Podeis beber o cálice que eu vou beber? Jesus é um bebedor, um grande bebedor: é de conhecimento público, ao menos entre seus inimigos que não se cansavam de dizer (Mt 11, 19). Ele bebe água, sem dúvida, mas barganha por ela próximo a uma mulher perigosa: Dá-me de beber! (Jo 4, 7). Ele bebe vinho, mas grand cru, pois ele o mistura pessoalmente. Ele bebe vinagre, por fim. Ele bebe o sofrimento, a humilhação, ele sorve, ele deglute a morte mesma, se bem que a morte é absorvida em sua vitória (1 Cor 15, 54). Ardente bebedor, ele absorve as grandes águas da morte... E não contente em beber, ele convida generosamente a beber com ele, melhor ainda, ele se apresenta a ele mesmo, ele exorta a ele mesmo como a única bebida capaz de saciar: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba! (Jo 7, 37).

(François Cassingena-Trévedy, 1959-, França)


CONTEMPLAR

Meu irmão é mesquinho, 2010, Lula Lola (1970-), Estados Unidos.




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