segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O Caminho da Beleza 46 - XXVII Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXVII Domingo do Tempo Comum                       07.10.2018
Gn 2, 18-24             Hb 2, 9-11               Mc 10, 2-16


ESCUTAR

O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne (Gn 2, 24).

Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte (Hb 2, 9).

“Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu esse mandamento” (Mc 2, 5).


MEDITAR

O amor, inclusive o amor sexual, compartilhado por um casal em um relacionamento os une em comunhão, e essa comunhão compartilhada reflete a comunhão da Trindade, aproxima-os mais ainda de Deus, fortalece seu relacionamento e transborda para todos os seus demais relacionamentos. De uma maneira mais profunda, essa comunhão sexual sempre gera uma nova vida, exatamente como a comunhão amorosa entre o Pai e o Filho gera o Espírito.

(Todd A. Salzman, & Michael G. Lawler, 1933-, Estados Unidos)


ORAR

            Ao homem faltava algo para chegar à sua plenitude, faltava-lhe a reciprocidade. A mulher não é uma “réplica” do homem; ela vem diretamente do gesto criador de Deus. A imagem da “costela” não exprime, de fato, inferioridade ou subordinação, mas, ao contrário, que homem e mulher são da mesma substância, são complementares e têm também essa reciprocidade. E o fato de que Deus plasme a mulher enquanto o homem dorme salienta exatamente que ela não é de modo algum uma criatura do homem, mas de Deus. Sugere também uma outra coisa: para encontrar a mulher – e podemos dizer para encontrar o amor da mulher -, o homem primeiro deve sonhá-la e, depois, a encontrar. O matrimônio consagrado por Deus protege o vínculo entre o homem e mulher que Deus abençoou desde a criação do mundo, e é fonte de paz e de bem para a inteira vida conjugal e familiar. Por exemplo, nos primeiros tempos do Cristianismo, essa grande dignidade do vínculo entre o homem e a mulher derrubou um abuso considerado então de todo normal, ou seja, o direito de os maridos repudiarem as mulheres, mesmo com os motivos mais despropositados e humilhantes. O Evangelho da família, o Evangelho que anuncia exatamente esse Sacramento, derrubou essa cultura de repúdio habitual. A semente cristã da igualdade radical entre os cônjuges deve atualmente trazer novos frutos. O testemunho da dignidade social do matrimônio se tornará persuasivo exatamente por essa via, a via do testemunho que atrai, a via da reciprocidade entre eles, da complementaridade entre eles. A aliança de amor entre o homem e a mulher, aliança para a vida, não se improvisa, não se faz de um dia para o outro. Não há o matrimônio “express”: é preciso trabalhar sobre o amor, é preciso caminhar. A aliança de amor do homem e da mulher aprende-se e afina-se. Permito-me dizer que é uma aliança artesanal. Fazer de duas vidas uma única vida é também quase um milagre, um milagre da liberdade e do coração, confiado à fé.

(Papa Francisco, 1936-, Argentina/Roma)


CONTEMPLAR

Dia da Independência, 4 de julho de 1971, Aspen, Colorado, Estados Unidos, Henri Cartier-Bresson (1908-2004), Magnum Photos, Paris, França.




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