quinta-feira, 5 de abril de 2018

O Caminho da Beleza 20 - II Domingo da Páscoa




II Domingo da Páscoa       08.04.2018
At 4, 32-35     1 Jo 5, 1-6     Jo 20, 19-31

ESCUTAR

Os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus (At 4, 33).

Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo (1 Jo 5, 6).

“A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo (Jo 20, 21-22).


MEDITAR

A fé na ressurreição de Jesus não é crer em um prodígio insólito ou no mito de um outro mundo: é inserir-se em uma visão de história, é uma orientação de vida, uma decisão de todo instante, é um compromisso de viver uma vida sempre nova por ser incessantemente arrancada da complacência de si, da inércia, da autossuficiência. Aí está a verdadeira dificuldade de crer na ressurreição e a seriedade da fé que nela depositam.

(Joseph Moingt, 1915-, França)


ORAR

O relato de João não pode ser mais sugestivo e instigante. Somente quando Jesus ressuscitado vem no meio deles, os discípulos se transformam, recuperam a paz, desaparecem seus medos, enchem-se de uma alegria desconhecida, notam o alento de Jesus sobre eles e abrem as portas porque se sentem enviados a viver a mesma missão que ele havia recebido do Pai. A crise atual da Igreja, seus medos e sua falta de vigor espiritual tem sua origem num nível mais profundo: com frequência, a ideia da ressurreição de Jesus e de sua presença no meio de nós é mais uma doutrina pensada e pregada do que uma experiência vivida. Cristo ressuscitado está no centro da Igreja, mas sua presença viva não está enraizada em nós, não está incorporada à substância de nossas comunidades, não nutre cotidianamente nossos projetos. Depois de vinte séculos de cristianismo, Jesus não é conhecido e nem compreendido em sua originalidade, não é amado nem seguido como foi por seus discípulos e discípulas. Nota-se imediatamente quando um grupo ou uma comunidade cristã se sente como que habitado por essa presença invisível, mas real e ativa do Cristo ressuscitado. Não se contenta em seguir rotineiramente as diretrizes que regulam a vida eclesial; possui uma sensibilidade especial para escutar, buscar, recordar e aplicar o Evangelho de Jesus. São os espaços mais saudáveis e vivos da Igreja. Nada nem ninguém nos pode trazer hoje a força, a alegria e a criatividade que necessitamos para enfrentarmos uma crise sem precedentes, a não ser a presença viva do Cristo ressuscitado. Privados de seu vigor espiritual, não sairemos de nossa passividade quase inata, continuaremos com as portas fechadas ao mundo moderno, seguiremos fazendo “o mandado”, sem alegria nem convicção...Temos que reagir. Necessitamos de Jesus mais do que nunca. Urge viver de sua presença viva, recordar em toda ocasião seus critérios e seu Espírito, repensar constantemente sua vida, deixá-lo ser o inspirador de nossa ação. Ele nos pode transmitir mais luz e mais força como ninguém. Ele está no meio de nós, comunicando-nos sua paz, sua alegria e seu Espírito.

(José Antonio Pagola, 1937-, Espanha)


CONTEMPLAR

Daniil Simkin, 2015, Staatsballett Berlim & American Ballet Theatre, foto da New York City Dance Project.



Nenhum comentário:

Postar um comentário