Como
se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).
XXV Domingo do Tempo Comum
Am 8, 4-7 1
Tm 2, 1-8 Lc 16, 1-13
ESCUTAR
“Ouvi isto, vós que
maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra... ‘Nunca
mais esquecerei o que eles fizeram’” (Am 8, 4.7).
“Quero, portanto, que em
todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem
discussões” (1 Tm 2, 8).
“Vós não podeis servir a
Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13).
MEDITAR
Sonhei que o papa enlouquecia. E ele mesmo ateava fogo ao Vaticano e à
Basílica de São Pedro. Loucura sagrada, porque Deus atiçava o fogo que os
bombeiros, em vão, tentavam extinguir. O papa, louco, saía pelas ruas de Roma,
dizendo adeus aos embaixadores, credenciados junto a ele; e espalhando pelos
pobres o dinheiro todo do Banco do Vaticano. Que vergonha para os cristãos!
Para que um papa viva o Evangelho, temos que imaginá-lo em plena loucura.
(Dom Hélder Câmara)
ORAR
A lição de
hoje é de uma visibilidade inconfundível: não se pode misturar religião e
injustiça; culto e fraude; glória de Deus e aviltamento do homem; louvor ao Pai
e exploração do fraco. Deus esquece as nossas práticas religiosas ainda que as
conciliemos com uma conduta desonesta, mas jamais esquece as práticas de
trapaça enganosas: “Dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de
sandálias”. Os que governam e não conduzem o povo a uma vida digna são maus
administradores e “filhos das trevas”. São os que idolatram o dinheiro e
acumulam riquezas injustas porque não partilhadas. Os “filhos da luz” devem
testemunhar um mundo totalmente diferente, um mundo em que os valores sejam os
da acolhida, os da amizade e os da partilha. O gerente fraudulento acaba agindo
de uma maneira sensata e toma uma decisão imediata: fazer amigos como um
investimento para o futuro, pois considerou as relações humanas mais
importantes do que o dinheiro injusto acumulado pelo patrão. Só devemos servir
a Deus e devemos servi-Lo com mais astúcia, audácia, espírito inventivo, sendo
generosos com os bens que nos foram confiados e não mais avarentos. Tudo nos
foi dado por Deus para todos. O Senhor sente repugnância pelo avarento, mas ama
receber das pessoas generosas que servem a Deus ao servir os seus irmãos.
Meditemos as palavras de São Basílio: “Não és acaso um ladrão, tu que te
apossas das riquezas cuja gestão recebestes? Ao faminto pertence o pão que
guardas; ao homem nu, o manto que mantém guardado; ao descalço, os sapatos que
estão estragando em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondestes.
Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar”.
Nossas igrejas e comunidades estão sempre em julgamento, pois dizer e não fazer
é uma impostura e com ela continuaremos a “diminuir medidas, aumentar pesos,
adulterar balanças, maltratar os humildes e causar a prostração dos pobres da
terra”. O Papa Paulo VI advertia: “Um cristão não pode sentir-se tranquilo
enquanto houver um homem que sofre; que é tratado injustamente; que não tem o
necessário para viver”.
(Manos da Terna Solidão/Pe.
Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Calçada na
época do Natal, Atenas, 1980, Chris Steele-Perkins (1947-), Magnum Photos, Rangum,
Myanmar.
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