Como
se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).
III Domingo do Tempo Comum
Ne 8, 2-6.8-10 1 Cor 12, 12-30 Lc 1, 1-4;4, 14-21
ESCUTAR
“Este é um dia
consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não fiqueis tristes nem choreis...porque a
alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8, 8.10).
Todos nós, judeus ou
gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito para formarmos
um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito (1 Cor 12, 13).
Todos os que estavam
na sinagoga tinham os olhos fixos nele (Lc 4, 20).
MEDITAR
Minha vida é só um instante, uma
hora passageira. Minha vida é somente um dia que me escapa e foge. Tu sabes, ó
meu Deus! Para te amar sobre a terra não tenho nada a não ser hoje!
(Santa Teresa do Menino Jesus)
Não tenham medo da
ternura.
(Papa Francisco)
ORAR
Os textos
desta liturgia nos falam do dia consagrado, um hoje permanente em que devemos celebrar o proclamado: “a alegria do Senhor será a vossa força”.
O Senhor nos pede uma coerência irredutível entre palavra e ação. O evangelista apresenta
Jesus no centro da sinagoga
recebendo o livro do profeta Isaías. Jesus não o abriu a esmo, como se tirasse
a sorte para que Deus lhe falasse magicamente. Ao contrário, abriu o livro e “achou a passagem” que o colocava na
estatura de profeta e de sacerdote: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para
anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos
cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para
proclamar um ano de graça do Senhor”. O hoje de Deus é proclamado, pleno de graça e julgamento, para
os homens do seu tempo e o Ressuscitado, continua proclamando-o, como amor salvador, em todas as épocas e
situações. Jesus coloca em seu lugar, como centro de irradiação, os mais necessitados de compaixão e
misericórdia que são, segundo o Evangelho, o próprio Deus conosco: “Senhor,
quando foi que o vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, nu, doente ou
na cadeia?” (Mc 25, 37). Jesus, na sinagoga, era um rosto comum como
tantos outros e hoje ele ainda é comum porque é o rosto conhecido de tantos
pobres, cativos, cegos e oprimidos. Por mais avanço nos meios de difusão e
comunicação ao nosso alcance, não conseguimos superar a cisão entre fé e vida porque nos recusamos a ver o Deus que se revela com um rosto
humano. Mesmo com os “olhos fixos nele”, não o enxergamos porque
tentamos vê-lo com as lentes do proselitismo e do poder e não com os olhos
humanos da compaixão. Apesar de todos os slogans utilizados nas nossas propagandas religiosas, Deus continua a viver no exílio em sua
própria casa. O Papa Francisco nos exorta: “Sou eu o guardião do meu
irmão? Sim, tu és o guardião do teu irmão! Ser uma pessoa humana significa
sermos guardiões uns dos outros! E, ao contrário, quando se rompe a harmonia,
segue uma metamorfose: o irmão a guardar e a amar se torna o adversário a
combater e a suprimir. Em cada violência e em cada guerra, fazemos renascer
Caim”.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo
Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Cristo Crucificado, 1632, Diego Rodrigues da Silva y Velásquez
(1599-1660), óleo sobre tela, 250 cm x 170 cm, Museu do Prado, Madri, Espanha.
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