segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"Nele vivemos, nos movemos e existimos" (At 17, 28)

Manas e Manos,

A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, localizada na Barra do Imbuí, em Teresópolis e que inclui as regiões mais devastadas pela catástrofe, vem se mobilizando com muita força e emoção para o amparo às vítimas desabrigadas e desalojadas. O trabalho se constrói em quatro vertentes: apoio emergencial com distribuição imediata de donativos, apoio jurídico, apoio psicológico e cadastramento de todas as pessoas atingidas pela tragédia e as que se encontram ainda em situações de risco. O lema que move a ação é “Presença Fraterna e Serviço” e o renomado artista, Cláudio Pastro, numa generosidade inestimável, ofereceu à comunidade a veiculação de qualquer obra sua para a representação e divulgação de todo o trabalho. Foi escolhida a obra do Bom Samaritano como sinal que une a todos para o serviço e fraternidade aos irmãos e irmãs que sofrem neste momento, não importando o seu credo religioso e nem a sua posição social. Com a coordenação do Pároco Pe. Mário José Coutinho, todos se dão as mãos e, num só coração, agem sem medidas, cumprindo o dito pelo Homem de Nazaré: “Vai e faze tu o mesmo!” (Lc 10, 37). No testemunho desta comunidade, se manifesta o proclamado pelo Papa Bento XVI:Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade e o seu abandono destruiria o mesmo homem” (Spes Salvi).

Obra original de Cláudio Pastro inspirada em trecho da parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37):



Arte Final da Imagem da campanha:





sábado, 15 de janeiro de 2011

Tragédia e Indignação

Manas e Manos,
Abrimos espaço aqui para veicular a imagem da capelinha de São Sebastião, que sobreviveu incrivelmente à tragédia, localizada no bairro Campo Grande da Posse, uma das áreas que foram mais devastadas aqui em Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro. Há muitos mortos e muitos desaparecidos. Tristeza mas também muita indignação com as autoridades públicas locais e estaduais que sabem dos riscos das encostas e não agem por impotência, negligência, omissão ou corrupção. Há a informação de que o Centro Metereológico do Estado do Rio de Janeiro advertiu as Prefeituras da Região Serrana sobre a aproximação da grande tempestade, mas a exceção da Prefeitura do Município de Areal, onde houve o alerta e ninguém faleceu, as demais não agiram e não se manifestaram. No caso de Teresópolis, há documento oficial comprovando que a Prefeitura foi notificada no dia 11, às 14:30hs, portanto, 12 horas antes da catástrofe. Se agisse, muitas vidas poderiam ter sido preservadas. Orientamos, com a assessoria de nossos advogados, as populações dos bairros mais atingidos a entrarem na justiça com ações individuais homogêneas de indenização por omissão a fim de buscar a responsibilidade objetiva dos poderes públicos municipais, estadual e federal. Isto significa dizer que não importa se os agentes públicos se omitiram com dolo ou sem dolo. A indenização cabe mesmo no caso da população ter sido avisada previamente da catástrofe, uma vez que os órgãos competentes se omitiram ou permitiram a construção das habitações em lugares impróprios. Aceitamos outras sugestões dos profissionais da área que queiram auxiliar as pessoas para o ingresso e execução dessas ações. Favor nos contactar pelo e-mail: matersol@uol.com.br. Resta-nos, enquanto isso, orar e consolar os aflitos, mas lutar por justiça e cidadania para manter o que resta de esperança aos absolutamente desesperados, pois como nos afirma o Documento de Aparecida da V Conferência Geral do Espiscopado Latino Americano (CELAM):

" As causas da violência são múltiplas: a idolatria do dinheiro, o avanço de uma ideologia individualista e utilitarista, a falta de respeito pela dignidade de cada pessoa, a deterioração do tecido social, a corrupção inclusive nas forças da ordem e a falta de políticas públicas de equidade social" (Documento de Aparecida, 78).

Deus esteja!
Manos da Terna Solidão