quinta-feira, 24 de outubro de 2024

O Caminho da Beleza 49 - XXX Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).


XXX Domingo do Tempo Comum              

Jr 31, 7-9                 Hb 5, 1-6                 Mc 10, 46-52

 

 

ESCUTAR

 

“Salva, Senhor, teu povo, o resto de Israel” (Jr 31, 7).

 

Todo sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (Hb 5, 1).

 

Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” (Mc 10, 51).

 

 

MEDITAR

 

Não é a idade o nosso problema. O nosso problema é a senectude e a atrofia da alma, não importa a idade cronológica. Nosso problema é que, educados em uma espiritualidade do silêncio e do sucesso, perdemos de vista a espiritualidade do risco.

 

(Joan Chittister, osb)

 

Aquele que sai de sua preguiça e de sua esterilidade espiritual para penetrar na ação interior viva; ele está decidido a ver se realizar o reino de Deus, ele tem a vontade de fixar sua natureza inconstante na decisão e na perseverança. Eis o que exprime o Amém.

 

(Romano Guardini)

 

 

ORAR

 

Jesus tem predileção pelos que emergem da multidão e superam todas as barreiras de proteção para estabelecer um contato direto com Ele. Bartimeu é um provocador, rompe o cerimonial e introduz um elemento que estava fora do programa. Age como o personagem da canção de Chico Buarque: “Morreu na contramão atrapalhando o tráfego”. Jesus para ao ouvir o seu grito e não continua mais o roteiro traçado. O grito do cego tem o poder de pará-Lo. Jesus diz: “Chamai-o”. Temos que reconhecer que somos nós, homens das igrejas que criamos barreiras protetoras e filtros seletivos. Ao invés de transmitir o convite, controlamos, como fiscais, os documentos; fixamos as regras inflexíveis para o encontro que jamais será pessoal, mas burocrático e cheio de maneirices pré-estabelecidas. Não suportamos o grito que incomoda e tentamos domesticá-lo para que se torne mais circunspecto. Está na hora de aprendermos o alfabeto do grito que nos desestabiliza em nossas seguranças e programações. Decoramos ad nauseam as perguntas rituais, mas para o grito imprevisível nossas respostas são ridículas, pois para os gritos não existem respostas pré-fabricadas. Temos que romper as liturgias do medo e do decoro e, como Jesus, viver ao ar livre, caminhar o caminho das pessoas comuns, não temer os muitos gritos de socorro que brotam dos lugares pelos quais passamos e que, muitas vezes, fazemos não ouvir para que não atrapalhem a trajetória dos nossos passos. Jesus sempre acolhe os passos clandestinos de quem O busca e clama por sua misericórdia. Não fomos encarregados para sermos tutores da tranquilidade e da segurança de Jesus, pois Ele está no meio de nós, disponível para ser incomodado. Francisco reitera na sua exortação: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (Evangelii Gaudium 49).

 

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

 

CONTEMPLAR

 

Cura do homem cego, Edy-Legrand (Edouard Léon Louis Warschawsky), obra a carvão em Bíblia editada por François Amiot e Robert Tamisier, França, 1950. 


















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