sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O Caminho da Beleza 37 - XVIII Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).

XVIII Domingo do Tempo Comum                        

Ex 16, 2-4.12-15                Ef 4, 17.20-24                   Jo 6, 24-35

 

ESCUTAR

“Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente” (Ex 16, 3).

Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade (Ef 4, 24).

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6, 35).

 

MEDITAR

O ser humano está feito para o dom, que exprime e realiza a sua dimensão de transcendência... Sendo dom de Deus absolutamente gratuito, irrompe na nossa vida como algo não devido, que transcende qualquer norma de justiça. Por sua natureza, o dom ultrapassa o mérito; a sua regra é a excedência.

(Bento XVI)

 

Quem te ama te entrega sementes.

(Provérbio Burundi)

 

ORAR

Devemos estar lúcidos e atentos às nossas buscas. Jesus é enfático: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos”. Muitas vezes buscamos Jesus por razões equivocadas, por coisas que nada tem a ver com Ele. São buscas redutivas, mesquinhas. Cristo critica os saciados materialmente porque não têm mais nenhuma fome por estarem com o estômago cheio. Jesus nos convida a descobrir outra fome e outra sede e, para isto, devemos ir ao encontro da Palavra e além dos milagres. O Cristo de João alcança o homem onde ele está para desenraizá-lo, para deslocá-lo, para levantá-lo e desafiá-lo a ir mais longe, para além de si mesmo, até os confins da terra. A prática do Cristo se resume numa palavra precisa: superação. As pessoas satisfeitas defendem as posições adquiridas, são alérgicas e insensíveis ao êxodo existencial de si mesmo para o Outro. Jesus continua nos convidando a ir mais longe, a ultrapassar o umbral e a entrar no espaço da liberdade do Reino. É preciso aniquilar a lembrança e a nostalgia do maná, que não impede de morrer, para acolher e se alimentar do pão que garante a vida eterna. É preciso renegar as seguranças para permanecer surpreendidos com a Verdade. Tantas vezes, na linha do limite, acovardamo-nos diante do passo decisivo a ser dado e consumamos a recusa, a ruptura, o abandono e a separação. Preferimos a lógica do ajustamento à lei da superação. O pão da Vida está destinado a quem está disposto a nascer todo dia como homem novo na mente e no espírito. A fé cristã não consiste em cumprir corretamente um código de regras. No processo da fé, produzimo-nos como cristãos à medida que aprendemos a pensar, sentir, amar e viver como Jesus. A vida eterna não é um prolongamento infindável desta nossa vida, mas um modo absolutamente novo de ser que nos é dado por Deus. Somos e seremos inundados pelo dom de Deus manifestado em Jesus Cristo e isto transcende toda a capacidade humana, pois é pura gratuidade e graça.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Pai e filho na província de Helmand, Afeganistão, 1980, Steve McCurry (1950-), Estados Unidos.






 

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