terça-feira, 19 de agosto de 2025

O Caminho da Beleza 40 - XXI Domingo do Tempo Comum

Como se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).


XXI Domingo do Tempo Comum               

Is 66, 18-21            Hb 12, 5-7.11-13                Lc 13, 22-30

 

ESCUTAR

“Eu, que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória” (Is 66, 18).

“Pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb 12, 6).

“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24).

 

MEDITAR

Uma religiosidade que conceba Deus como o defensor dos próprios privilégios e da própria riqueza, não merece o nome de religiosidade senão o de superstição ou idolatria.

(A. Pieris)

Perdão, pedir, não peço: que eu acho que quem pede, para escapar com vida, merece é meia-vida e dobro de morte.

(João Guimarães Rosa)

 

ORAR

    Devemos aprender a viver na imprevisibilidade: não querer saber nem “o dia e nem a hora”; nem se são “poucos os que se salvam” e nem assegurar os “primeiros lugares” (Mt 18, 1). Jesus se recusa a satisfazer este tipo de curiosidade e para isto introduz, nas nossas vidas, o elemento surpresa. A surpresa está não só na proveniência insólita, e para muitos suspeita, dos que serão admitidos ao banquete, mas também no tipo de categoria dos excluídos: “Nós comemos e bebemos diante de ti e tu ensinaste em nossas praças”. Corremos o perigo dos que se consideram privilegiados e se dão conta de que a ordem das precedências foi invertida: “Há últimos que serão os primeiros e primeiros que serão os últimos”. A salvação é universal, mas não deve ser confundida com facilidade. Se o horizonte é sem medidas, o Evangelho nos surpreende com a imprevisibilidade de uma porta estreita e ninguém está autorizado a alargá-la, nem muito menos eliminá-la. Precisamos nos desapegar de tudo o que pode criar obstáculos pela estreiteza da porta de entrada. Uma porta construída exclusivamente com material evangélico: amor e justiça alicerçados na humildade e no serviço. Tudo está colocado à luz do amor, tanto o horizonte imenso como a porta estreita; tanto o banquete universal quanto a dura exclusão dos que forçam a entrada por meio de suas pretensões farisaicas de uma fidelidade puramente exterior. O Senhor nos faz saber que, paradoxalmente, só passaremos pela porta estreita ampliando os horizontes e dilatando o coração.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

O Caminho Estreito, 2002, David Hayward (1957-), lápis, guache e giz sobre papel, Toronto, Canadá.




 

 

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