quinta-feira, 10 de julho de 2025

O Caminho da Beleza 44 - XV Domingo do Tempo Comum

Como se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).


XV Domingo do Tempo Comum                 

Dt 30, 10-14                       Cl 1, 15-20               Lc 10, 25-37

 

ESCUTAR

“Esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir” (Dt 30, 14).

Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz (Cl 1, 19-20).

“Vai e faze a mesma coisa” (Lc 10, 37).

 

MEDITAR

Sem Cristo não conheceríamos Deus, não poderíamos invocá-lo nem vir a ele. Sem Cristo também não conheceríamos o irmão nem poderíamos encontrá-lo. O caminho está bloqueado pelo próprio eu. Cristo desobstruiu o caminho que leva a Deus e ao irmão.

(Dietrich Bonhoeffer)

Isso é a experiência religiosa: o estupor de encontrar alguém que está nos esperando. A partir desse momento, para mim, Deus é o que está um passo à frente. Você o está buscando, mas ele o busca primeiro. Queremos encontrá-lo, mas ele nos encontra primeiro.

(Papa Francisco)

 

ORAR

     Cristo não é só o princípio da harmonia cósmica, mas Aquele que funda e legitima uma nova ordem nas relações entre os homens. Ele revela o rosto escondido e inacessível de Deus e o seu desígnio para a humanidade. Este desígnio mostra-se fechado para os que pensam alcançar a Deus passando ao largo do seu próximo. Preocupam-se com as coisas de Deus sem se dar conta de que o que interessa a Deus são as coisas dos homens. Consideram a misericórdia, o ser tomado pelas entranhas, uma debilidade. Cristo nos revela que não há outro lado do caminho senão o encontro concreto com o outro que nos leva a Deus. Não é preciso subir aos céus e nem descer às profundezas para encontrá-Lo. Basta, como o samaritano, descer da sua montaria e mergulhar na dor de um pobre homem qualquer. O sacerdote e o levita chegaram, sem obstáculos, até o final do seu caminho e faltaram ao encontro com Deus. O samaritano não deu mais do que dois passos, mas na direção certa. A quem damos amor se torna o próximo. “O amor torna-se cuidado do outro e pelo outro... Amar é dar ao outro o olhar de ternura que ele precisa” (Bento XVI, Deus Caritas Est). O Cristo oferece mais do que uma resposta filosófica e um princípio ético natural. Sua resposta é uma revelação divina do mistério de Deus: “Eu quero misericórdia e não sacrifícios” (Os 6,6). O mistério do bom samaritano é o mistério da Misericórdia. É o próprio Cristo que habita o ferido à beira do caminho; é o Cristo que passa na pessoa do samaritano e se torna o vínculo que os une. Ao se encontrarem pela compaixão, produz-se um despertar e uma epifania divinas e nelas encontramos o Homem e a Humanidade. Eis o que significa “fazer a vontade de Deus”: não é só obedecer aos mandamentos, ir aos cultos, mas nos atermos aos outros com vínculos de misericórdia. As questões colocadas pelo mestre da lei eram inúteis e Cristo não as responde. Ao invés de respondê-las, verte vinho e óleo sobre as feridas, pois Ele é a única resposta às questões vitais.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

O repouso do cordeiro, 1958, Robert Doisneau (1912-1994), Paris, França.

 




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