Como
se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).
XV Domingo do Tempo Comum
Dt 30, 10-14 Cl
1, 15-20 Lc 10, 25-37
ESCUTAR
“Esta palavra está bem ao
teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir” (Dt
30, 14).
Deus quis habitar nele com
toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão
na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz (Cl 1, 19-20).
“Vai e faze a mesma coisa” (Lc
10, 37).
MEDITAR
Sem Cristo não conheceríamos
Deus, não poderíamos invocá-lo nem vir a ele. Sem Cristo também não
conheceríamos o irmão nem poderíamos encontrá-lo. O caminho está bloqueado pelo
próprio eu. Cristo desobstruiu o caminho que leva a Deus e ao irmão.
(Dietrich Bonhoeffer)
Isso é a experiência
religiosa: o estupor de encontrar alguém que está nos esperando. A partir desse
momento, para mim, Deus é o que está um passo à frente. Você o está buscando,
mas ele o busca primeiro. Queremos encontrá-lo, mas ele nos encontra primeiro.
(Papa Francisco)
ORAR
Cristo não é
só o princípio da harmonia cósmica, mas Aquele que funda e legitima uma nova
ordem nas relações entre os homens. Ele revela o rosto escondido e inacessível
de Deus e o seu desígnio para a humanidade. Este desígnio mostra-se fechado
para os que pensam alcançar a Deus passando ao largo do seu próximo.
Preocupam-se com as coisas de Deus sem se dar conta de que o que interessa a
Deus são as coisas dos homens. Consideram a misericórdia, o ser tomado pelas
entranhas, uma debilidade. Cristo nos revela que não há outro lado do caminho
senão o encontro concreto com o outro que nos leva a Deus. Não é preciso subir
aos céus e nem descer às profundezas para encontrá-Lo. Basta, como o
samaritano, descer da sua montaria e mergulhar na dor de um pobre homem
qualquer. O sacerdote e o levita chegaram, sem obstáculos, até o final do seu
caminho e faltaram ao encontro com Deus. O samaritano não deu mais do que dois
passos, mas na direção certa. A quem damos amor se torna o próximo. “O amor
torna-se cuidado do outro e pelo outro... Amar é dar ao outro o olhar de
ternura que ele precisa” (Bento XVI, Deus
Caritas Est). O Cristo oferece mais do que uma resposta filosófica e um
princípio ético natural. Sua resposta é uma revelação divina do mistério de
Deus: “Eu quero misericórdia e não sacrifícios” (Os 6,6). O mistério do bom
samaritano é o mistério da Misericórdia. É o próprio Cristo que habita o ferido
à beira do caminho; é o Cristo que passa na pessoa do samaritano e se torna o
vínculo que os une. Ao se encontrarem pela compaixão, produz-se um despertar e
uma epifania divinas e nelas encontramos o Homem e a Humanidade. Eis o que
significa “fazer a vontade de Deus”: não é só obedecer aos mandamentos, ir aos
cultos, mas nos atermos aos outros com vínculos de misericórdia. As questões
colocadas pelo mestre da lei eram inúteis e Cristo não as responde. Ao invés de
respondê-las, verte vinho e óleo sobre as feridas, pois Ele é a única resposta
às questões vitais.
(Manos da Terna Solidão/Pe.
Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
O repouso do cordeiro, 1958, Robert Doisneau (1912-1994), Paris, França.
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