A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).
XXXII Domingo do Tempo Comum
1 Rs 17, 10-16 Hb 9, 24-28 Mc 12, 38-44
ESCUTAR
“‘A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá. Até o dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’” (1 Rs 17, 14).
Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9, 26).
Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada (Mc 12, 42).
MEDITAR
Deus se apresenta como possibilidade de amor total e nós temos que nos deixar impregnar no Espírito desse amor total. E esse amor total exige de nós uma entrega absolutíssima! É uma exigência de Deus, se soubermos ser fiel a essa paixão de Cristo, que é a paixão de sabê-Lo amá-Lo a esse ponto.
(Madre Belém)
ORAR
O nada que possuímos se converte no todo quando nos despojamos de tudo em oblação e em oferenda. Tanto as duas moedas quanto o pouco resto de farinha e o fio de azeite não fizeram nenhum ruído. Jesus revela que a verdadeira história é escrita por pessoas insignificantes e anônimas, capazes de gestos que não causam ruídos e nem chamam a atenção. Não podemos parar na superfície das coisas e dos acontecimentos, nem nos deixar enganar pelo clamor dos gestos espetaculares e muito menos pelas liturgias chamativas que despertam a catarse da plateia. Oferecer o que restava da farinha, do azeite e as derradeiras moedas são ações verdadeiramente grandes que só os pequenos são capazes de realizar. Eles oferecem tudo e não o supérfluo, pois “de tudo fica um pouco...”. São os gestos que nos aproximam Daquele que se ofereceu a Si próprio. Jesus acusa os que estão imersos, como valor absoluto, na vaidade, na hipocrisia e na cobiça. A vaidade expressa nas pompas das vestimentas, nas reverências e saudações, nas cadeiras de honra dos banquetes e liturgias. A hipocrisia vinda da devoção ostentosa, baseada na quantidade e extensão dos pedidos oferecidos em espetáculo. A cobiça revelada numa falsa religiosidade e na despudorada exploração dos ingênuos e crédulos. Jesus acusa a deformação profissional dos que se utilizam da posição religiosa e social para se valorizarem. O discípulo de Jesus é o que não se dá importância, o que não tem status para defender, com unhas e dentes, e nem um “padrão de vida” que mais o angustia para manter do que o liberta. A vida cristã é aquela que, ao se despojar, está sempre a caminho. São as pessoas simples, de coração grande e generoso, o melhor que temos em nossas comunidades. São as que não têm nada, mas que doam tudo! Elas fazem o mundo mais humano, acreditam com todas as suas forças no Pai da misericórdia. São as que mantêm vivo o Espírito de Jesus e, finalmente, as que mais se parecem com Ele.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller)
CONTEMPLAR
Dona Pilar, Canudos, Bahia, 2009, Araquém Alcântara (1951-), foto do livro “Sertão sem Fim”, Editora Terra Brasil, Brasil, 2009.
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