quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O Caminho da Beleza 42 - XXIII Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).

XXIII Domingo do Tempo Comum            

Is 35, 4-7                 Tg 2, 1-5                  Mc 7, 31-17

 

 

ESCUTAR

 

Dizei às pessoas deprimidas: “criai ânimo, não tenhais medo!” (Is 35, 4).

 

Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas (Tg 2, 1).

 

“Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar” (Mc 7, 37).

 

 

MEDITAR

 

O amor de Deus nos rodeia por todas as partes. Seu amor é a água que bebemos e o ar que respiramos e a luz que vemos... Nos movemos dentro do seu amor como o peixe na água. E estamos tão perto Dele, tão embebidos em seu amor e em seus dons (nós próprios somos um dom dele) que não nos damos conta disso.

 

(Ernesto Cardenal)

 

A sangria da Amazônia já chega ao extremo e a criação de Deus geme no estertor da morte.

 

(Bispos dos Regionais Norte I e II da CNBB)

 

 

ORAR

 

Deus plantou um jardim e nós o transformamos numa terra queimada, um solo árido. Secaram as flores, desapareceu o verde e o ar é irrespirável. Além da tragédia ecológica, os homens e mulheres estão enfermos, feridos e debilitados na sua esperança. O papa Francisco exorta: “Apesar disso, Deus, que deseja atuar conosco e contar com a nossa cooperação, é capaz também de tirar algo de bom dos males que praticamos” (Laudato Si’ 80). Deus coloca, novamente, mãos à obra e anuncia pelo profeta que “se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos (...) assim como brotarão água no deserto e jorrarão torrentes no ermo. A terra árida se transformará em lago e a região sedenta em fontes de água”. Jesus nos cura da surdez para que não nos refugiemos em isolamentos e nos deixemos alcançar pelo grito do pobre, do oprimido e do desesperado: “Eu ouvi o clamor do meu povo” (Ex 3, 7ss). A surdez como pecado é não ouvir nossos outros irmãos e irmãs porque nossos ouvidos estão tapados pelos ídolos do poder e da riqueza. Só sabemos ouvir a nós mesmos. Para que brote a fonte de água no deserto do mundo de hoje, é necessário que a comunidade eclesial rompa a crosta de desumanidade e faça circular, em profundidade, uma mensagem de vida, de paz e de misericórdia. Tiago adverte que uma Igreja calcada nas cerimonias das honras mundanas obscurece a glória de Deus. Somos chamados a virar este mundo virado, um mundo que perverteu os símbolos da vida: bajulamos os que ostentam riquezas e educamos nossos filhos para que sejam como eles, sem nos dar conta de que as Escrituras afirmam: “Quem ama o dinheiro nunca se fartará de dinheiro” (Ecl 5, 9) Mas o papa Francisco, avesso a esse mundo que se perde, afirma que “Deus não tem medo das coisas novas! É por isso que está sempre a nos surpreender, a abrir nossos corações e a nos guiar por caminhos inesperados”.

 

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

 

CONTEMPLAR

 

As folhas de bananeira produzem guarda-chuvas perfeitos, Sebastião Salgado (1941-), Amazonas, Contact Press Images, 2014, in http://www.washingtonpost.com/wp-srv/special/world/yanomami/.




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