quarta-feira, 17 de julho de 2024

O Caminho da Beleza 35 - XVI Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).

XVI Domingo do Tempo Comum                

Jr 23, 1-6                Ef 2, 13-18              Mc 6, 30-34

 

ESCUTAR

“Suscitarei para elas novos pastores que as apascentem; não sofrerão mais o medo e a angústia, nenhuma delas se perderá” (Jr 23, 4).

Ele, de fato, é a nossa paz: do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne destruiu o mundo de separação: a inimizade (Ef 2, 14).

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34).

 

MEDITAR

Se a Igreja for se apresentar como instituição de poder, ou sistema ideológico ou simples tradição religiosa, as pessoas não encontrarão mais nela as respostas para as suas verdadeiras ou mais profundas perguntas. Esta é uma das razões decisivas para o abandono do Cristianismo: seu modelo de vida, como parece claro, não convence. Parece limitar o homem em tudo, estragar a sua alegria de viver, limitar a sua liberdade tão preciosa e conduzi-lo não ao mar aberto, mas à angústia e ao sufocamento.

 

(Papa Bento XVI)

 

 

ORAR

O risco mais fundamental que perpassa a história do cristianismo é o descuidar das pessoas. Ocupamo-nos e nos preocupamos com tantas coisas que esquecemos a ocupação principal: deixarmo-nos encontrar para cuidarmos uns dos outros. O Cristo derruba os muros para aniquilar o ódio e a intolerância que separam as pessoas da vivência do amor. Cristo é Aquele que une, que reconcilia e que não aceita a existência de povos divididos. Pelo seu sangue derramado nos torna próximos de Deus e próximos uns dos outros. Por esta razão, não tem sentido algum um muro de defesa e uma linha de exclusão. O profeta exclamava: “Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?” (Ml 2, 10).  O papa Francisco preocupa-se em destruir a inimizade cujo vírus se aninha no coração de cada um para criar uma mentalidade de paz que promova a unidade, o respeito, a tolerância e a confiança. O cristianismo, comprometido com o amor, exclui todo recurso a qualquer forma de domínio, de poder, de arbitrariedade e discriminação. O amor responde pelas convicções profundas e liberta nossos espíritos da dependência cega e de fanatismos vários. Quem despertará entre nós a compaixão? Quem dará às igrejas um rosto mais parecido com o de Jesus? Quem nos ensinará a olhar como Ele olhava? Há tempos em que aquele que não é capaz de guiar está condenado a perseguir. Onde o Evangelho abre caminho, sofre-se mais. O tempo da vida bela, boa e abençoada é o do Reino que vem, quando desaparecerão as instituições eclesiásticas, porque a esposa do Senhor será a humanidade redimida. 

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Casta Meretrix, 1987, Jim (José Inácio Marim/ 1946-), desenho a nanquim, 40 cm x 65 cm, São Paulo, Brasil.




 

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