quarta-feira, 12 de junho de 2024

O Caminho da Beleza 30 - XI Domingo do Tempo Comum

A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (Jo 1, 14).

XI Domingo do Tempo Comum                   

Ez 17, 22-24                       2 Cor 5, 6-10                     Mc 4, 26-34

 

ESCUTAR

“Eu sou o Senhor que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17, 24).

“Caminhamos na fé e não na visão clara” (2 Cor 5, 7).

“A semente vai germinando e crescendo, mas ele não se sabe como isso acontece” (Mc 4, 27).

 

MEDITAR

Não desfaleças, deixa-te absorver pelo amor. Não podes saber para onde te levo... Não esperes, sobretudo, velhice tranquila, pacífica, considerada. Teu caminho é luta sem tréguas, até o fim, até o impossível.

(J. L. Lebret)


ORAR

Somos chamados a recuperar os valores autênticos da pequenez, da obscuridade, da debilidade, da pobreza e da fragilidade. O Senhor elege as realidades mais humildes para realizar seus desígnios de grandeza imensuráveis segundo critérios e medidas humanas. A parábola de hoje nos fala de um processo germinal interno de cada pessoa e sociedade. Jesus semeia o Reino pregando o evangelho. Ele não se preocupa em conduzir a colheita e nem se ela acontecerá imediatamente. O desenvolvimento misterioso do Reino é assunto de Deus, pois é a sua obra e o seu segredo. Somos convidados a superar a impaciência, o imediatismo e os frenesis das soluções miraculosas. O Reino irrompe no meio de nós sem o sensacionalismo dos espetáculos, mas numa permanente ação silenciosa. A palavra-chave é “ele não sabe como isso acontece”, ou seja, não entendemos nada e sabemos menos ainda. É o grande sorriso de Deus sobre nós, e como diz o Papa Francisco: “É preciso deixar que Deus nos surpreenda”. Assim é o amor de Deus: na fragilidade se revela forte e faz do impossível o possível. As transformações profundas que revelam a presença de Deus vêm dos pequenos, dos últimos e dos insignificantes. Deus se faz presente não porque a sociedade se torna mais religiosa, mas porque se faz mais humana, mais justa e solidária. Deus não reina porque as igrejas estão cheias, nem porque os movimentos religiosos se espalham nas praças, nas praias, nas marchas e passeatas. Deus reina porque e quando os homens e mulheres amam e são mais honrados e respeitados na sua dignidade e em seus direitos diversos e plurais. Meditemos as palavras do Papa Francisco: “A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-Se responsável, deseja nosso bem e quer nos ver felizes, cheios de alegria e serenos. Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros” (Misericordiae Vultus). Afinal, o Reino de Deus é de Deus!

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

A Semente de Mostarda, Jen Snyder, série “A Revelação”, tela sem moldura, 20 x 20 cm, Carolina do Norte, Estados Unidos.




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