quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

O Caminho da Beleza 08 - II Domingo do Tempo Comum

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

II Domingo do Tempo Comum        

Is 49, 3.5-6             1 Cor 1, 1-3              Jo 1, 29-34

 

ESCUTAR

“Eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até os confins da terra” (Is 49, 6).

“Para vós graça e paz da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1, 2).

“Eu vi o Espírito descer, como uma pomba, do céu e permanecer sobre ele” (Jo 1, 32).

 

MEDITAR

“É fácil levar Jesus no peito; difícil é ter peito, coragem para seguir Jesus”.

 (Dom Pedro Casaldáliga)

 

ORAR

    Aceitar a palavra de Deus significa romper a crosta dos nossos hábitos e costumes e ir mais além do nosso horizonte doméstico. Somos fiéis à Palavra de Deus na medida em que valorizamos o seu alcance profético e não a prendemos com grilhões e nem a mumificamos com o bálsamo das nossas experiências passadas. Devemos nos deixar provocar pelo que ainda não conhecemos e irmos até o limite do que nunca terminaremos de explorar. O batismo de Jesus, por uma figura marginal em um lugar marginal, cumpre toda a justiça ao revelar que o Senhor escolhera Jesus, o Filho Amado, para realizar um reino justo e libertador, diante da oposição dos que estão apenas preocupados em manter tudo como está. O evangelista proclama: “Eu não o conhecia” e nos faz conhecê-Lo como Desconhecido. O Cristo permanece desconhecido, pois revestido do Espírito de Liberdade, não se deixa aprisionar pela miopia das igrejas e nem se reduzir a conceitos que servem mais para dividir o Povo de Deus do que uni-lo num só corpo e num só Espírito. A comunidade eclesial deve alimentar o gosto pelo desconhecido e por tudo que ainda devemos e poderemos descobrir. É necessário nos converter do Jesus conhecido das nossas devoções, das práticas costumeiras e consumido pelas nossas estruturas, para um Cristo Desconhecido que somente se encontra quando rompemos a prisão confortável das nossas certezas e falsas seguranças, das nossas idolatrias fossilizadas que nos trazem a tranquilidade enganosa dos pântanos e nos sepultam na paz dissimulada dos cemitérios. Meditemos as palavras do papa Bento XVI: “Se, em definitivo, o meu bem estar, e a minha incolumidade é mais importante do que a verdade e a justiça, então vigora o domínio do mais forte; então reinam a violência e a mentira. Sofrer com o outro, pelos outros; sofrer por amor da verdade e da justiça; sofrer por causa do amor e para se tornar uma pessoa que ama verdadeiramente: estes são elementos fundamentais de humanidade e o seu abandono destruiria o mesmo homem” (Spe Salvi, 39).

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Cordeiro de Deus, Cláudio Pastro (1948-), vitral na Capela do Mosteiro do Encontro, Irmãs Beneditinas, Mandirituba, Paraná, Brasil.




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