A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
IV Domingo do Advento
Mq 5, 1-4 Hb
10, 5-10 Lc 1, 39-45
ESCUTAR
“Ele não recuará, apascentará com a força do Senhor e com a majestade do nome do Senhor seu Deus: os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até aos confins da terra, e ele mesmo será a Paz” (Mq 5, 3-4).
“‘Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’” (Hb 10, 7).
“Bendita é tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1, 42)
MEDITAR
“Sem o amor, tão difícil de praticar, a vida se reduz a um combate incessante para possuir e se defender dos outros” (Anthony Burgess).
“O grande inimigo, o inimigo número 1 do mundo moderno, é o tédio” (Teilhard de Chardin).
ORAR
A pequena aldeia de Belém
significava pouco entre as cidades da Judéia e, no entanto, Deus colocou seu
olhar precisamente neste lugar insignificante para nele realizar um
acontecimento decisivo. As escolhas de Deus jamais estão determinadas por
critérios de grandeza e de importância mundanas. A pequenez constitui o terreno
fértil em que germina e se desenvolve a obra divina. As coisas sem importância
chamam a atenção do Senhor. O evangelista nos apresenta o encontro de Maria e
Isabel. Maria é apresentada numa postura dinâmica: de caminhar, de encontrar e
de louvar a Deus. Ela simboliza uma Igreja que jamais poderá ser fixada numa
imagem estática. A Igreja deve estar em marcha pelos caminhos dos homens para
levar Alguém e não deve falar de si mesma, mas do Outro. O Cristo começou a ser
itinerante desde o ventre materno e graças aos passos de sua mãe caminha pelas
veredas do mundo. No encontro entre Isabel, anciã estéril, e Maria, jovem
virgem, existirá um pacto das entranhas que nos revela que “nada é impossível
para Deus” (Lc 1, 37). A visitação se liga intimamente à anunciação. A
visitação é a epifania, a manifestação do sinal anunciado de que se acabara o
tempo das preparações e das esperas, de que se cumprira a promessa e de que o
Senhor visitará o seu povo. A visitação é o abraço amoroso, o encontro e o
cumprimento pleno de duas histórias: a de Isabel que se completa e a de Maria
que se inicia. O pacto de Deus está vingado em Jesus, pois as entranhas da sua
mãe são a Arca da Aliança, tecendo o Salvador, agora e sempre, para toda a
Criação. O que do ponto de vista humano é limitação, impedimento, se converte
em possibilidade quando intervém Deus, Senhor do Impossível. Neste encontro se
realiza o que o anjo anunciara a Zacarias a respeito de João: “Ficará cheio do
Espírito Santo desde o seio de sua mãe” (Lc 1, 15). No encontro destas duas
mulheres grávidas a profecia é vingada: João dança de alegria no ventre de
Isabel e Maria será chamada de Bem-Aventurada porque acreditou que a Palavra do
Senhor seria cumprida. Maria é uma mulher que medita e pensa, uma mulher que
crê. O Natal, no fundo, é um Deus que mantém a palavra e busca gente
disponível, como Maria, que se agarre a esta Palavra. No Natal, Deus diz: “Aqui
estou!” e seria estranho que o homem não se deixasse encontrar. E, finalmente,
Maria “recebendo aos pés da cruz o testamento do amor divino assumiu todos os
seres humanos, como filhos e filhas, renascidos para a vida eterna, pela morte
do Cristo” (Prefácio de Nossa Senhora).
CONTEMPLAR
Sem título, c. 2013, Elli Cassidy, Galeria da Maternidade, Louth, Lincolnshire, Inglaterra, Reino Unido.
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