quarta-feira, 18 de julho de 2018

O Caminho da Beleza 35 - XVI Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XVI Domingo do Tempo Comum                22.07.2018
Jr 23, 1-6                 Ef 2, 13-18              Mc 6, 30-34


ESCUTAR

“Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor!” (Jr 23, 1).

Do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade (Ef 2, 14).

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34).


MEDITAR

Em tempo de desgraça, o que é que nos ajuda? Não é a assistência, mas o ser. Face aos grandes sofrimentos, quando não se pode fazer mais nada, pode-se ainda ser. E é isso que salva. Uma presença. Um gesto. Uma palavra.

(Bertrand Vergely, 1953-, França)


ORAR

            Eu me lembro de vos haver apresentado dois perfumes: o do arrependimento, que se estende a todos os pecados, e o do reconhecimento que afirma todos os benefícios de Deus... Mas há um perfume que supera em muito estes dois; eu o chamarei de perfume da compaixão. Ele se compõe, com efeito, dos horrores da pobreza, das angústias em que vivem os oprimidos, das inquietudes da tristeza, das faltas dos pecadores, enfim, de todo o sofrimento dos homens, ainda que estes sejam nossos inimigos. Estes ingredientes parecem desprezíveis, e, entretanto, o perfume por eles composto é superior a todos os outros. É um bálsamo que cura: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia”. Quem é, na vossa opinião, “Este homem feliz que tem compaixão do outro e lhe empresta os seus bens” (Sl 111, 5), inclinado à compaixão, e pronto a socorrer o próximo, mais contente em dar que em receber? O homem que perdoa facilmente, que resiste à cólera, que não consente na vingança, e em tudo vê como sua a miséria dos outros? Quem quer que seja esta alma impregnada do orvalho da compaixão, com o coração transbordante de misericórdia, que se faz inteiramente de todos, que não é para si mesma senão um vaso fendido, onde nada é ciumentamente guardado, esta calma, tão morta para si mesma, que vive apenas para os outros, tem a felicidade de possuir este terceiro e melhor perfume ... E vós, meus irmãos, se recebestes algum dom do alto, não tardeis a partilhá-lo com vossos companheiros, mostrando-vos entre nós prestativos, gentis, reconhecidos e de humor fácil e modesto; todos então poderemos atestar que também vós exalais os melhores perfumes. Quem quer que dentre vós suporte com paciência as enfermidades físicas, psíquicas e morais de seus irmãos, ou melhor ainda, os alivia com seus serviços e encorajamentos, e com toda a ajuda que lhes pode dar, ... quem age assim, é, numa comunidade, a fonte de onde emanam os perfumes espirituais. Nós o apontamos dizendo: “Eis o amigo de seus irmãos e do povo de Israel; eis o que ora pelo povo e por toda a cidade santa” (2 Mc 15, 14).

(Bernard de Clairvaux, 1090-1153, França)



CONTEMPLAR

Pastor e Menino (no campo de refugiados, Ruanda), Eric Greitens (1974-), do livro “Força e Compaixão”, Estados Unidos.




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