quarta-feira, 23 de maio de 2018

O Caminho da Beleza 27 - Santíssima Trindade


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).




Santíssima Trindade                27.05.2018
Dt 4, 32-34.39-40                        Rm 8, 14-17            Mt 28, 16-20


ESCUTAR

“Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? (Dt 4, 33).

Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8, 14).

“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).


MEDITAR

A Trindade Amorosa nos conceda uma noite terna e serena. A Trindade Amorosa nos conduza a um novo amanhecer para acolher e servir a todos. A Trindade Amorosa, ao fim da nossa travessia, nos receba em suas entranhas em comunhão com os justos para a Luz e o repouso eterno. Amém.

(Oração das Completas, Comunidade dos Manos da Terna Solidão, Brasil)


ORAR

            Não se consente mais pensar em Deus sob este aspecto de um Deus proprietário que quer nos curvar sob seu jugo e nos abater como a submissão de um indigente jogado ao chão... Jesus Cristo nos abre novos horizontes sobre Deus. Jesus nos introduz no coração de Deus. Ele nos abre o coração de Deus. Ele nos faz contemplar Deus numa eterna circulação de amor, fazendo-nos conhecer o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mostrando-nos Deus como uma família em que tudo é comum, em que tudo é partilhado, em que tudo é comunicado. É preciso que entremos nesse mistério adorável, porque nele está nosso Deus. Nosso Deus não é outra coisa senão o Amor. Nosso Deus não é outra coisa a não ser uma eterna comunicação; porque em Deus o conhecimento não é um olhar sobre si, é um olhar para o Outro. Deus não se olha, mas o Pai é um olhar eterno para o Filho, como o Filho é um olhar eterno para o Pai, e toda a Luz divina é constantemente trocada, ela jorra dessa troca como a transparência límpida de um dom eternamente realizado. Deus não se apraz a si mesmo. Em Deus, o conhecimento é um élan em direção ao outro. Deus é um despojamento. Ele é um dom. Ele é uma confidência eterna onde o Um circula totalmente no Outro, e este Amor assim totalmente despojado não pode mais bastar a si. É um Amor estendido para um Outro, um Amor que aspira, que sai de Si, e do qual resulta eternamente essa respiração viva, o Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, como numa família a criança nasce do pai e da mãe... É este o Deus que se revela em Jesus Cristo: um Deus que nada tem, um Deus que é Deus porque nada tem. Compreendamos isso: na ordem do espírito, na ordem suprema, a possessão é impossível e a grandeza consiste inteiramente no dom de si mesmo. Devemos, portanto, reformar completamente nossas ideias sobre Deus. Deus não é um proprietário, Deus não é um senhor, Deus não é um faraó, Deus não é um déspota, Deus não tira seus filhos da história, de uma história na qual seríamos fantoches. Deus é Amor, nada mais do que o Amor.

(Maurice Zundel, 1897-1975, Suíça)


CONTEMPLAR

Os Três Dançarinos, 2015, coreografia de Didy Veldmann (1967-), Rambert Dance Company, foto de Stephen Wright (1960-), Wallingford, Inglaterra.




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