segunda-feira, 24 de junho de 2013

O Caminho da Beleza 32 - Festa de São Pedro e São Paulo


O Caminho da Beleza 32
Leituras para a travessia da vida

A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).



Festa de São Pedro e São Paulo                   30.06.2013
At 12, 1-11                2 Tm 4, 6-8.17-18                        Mt 16, 13-19

ESCUTAR

“O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: ‘Levanta-te depressa!’ As correntes caíram-lhe das mãos.”(At 12, 7).

“Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça” (2 Tm 4, 7).

“Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16, 18).

MEDITAR

“Cada um de nós pode comunicar uma luz infinita, cada um de nós é chamado a ser uma fonte de luz, cada um de nós pode iluminar o dia, trazer a vida e ser uma manifestação da Presença infinita” (Maurice Zundel).

“O Abbá Poemem dizia: há duas coisas que um monge deveria destestar acima de tudo, porque, o fazendo, ele pode se tornar livre neste mundo. Um irmão perguntou: ‘Quais são essas coisas?’. O Ancião respondeu: ‘A vida fácil e a glória vã’.” (Apophtegma dos Padres do Deserto).

ORAR

Nesta festa de Pedro e Paulo somos chamados a perseverar apesar das calúnias, deslealdades e covardias. A comunidade nascente esteve ameaçada tanto pela covarde negação de Pedro que era Simão, quanto pela odiosa perseguição de Saulo que se tornaria Paulo. O evangelho atualiza o profeta Isaías ao comparar Pedro com Eliachim, o mordomo do palácio de Davi: “Eu lhe porei no ombro a chave do palácio de Davi: o que ele abrir ninguém fechará, o que ele fechar ninguém abrirá” (Is 22, 22). Pedro recebe a ordem de amar mais do que todos e com um amor incondicional e de serviço aos hóspedes do seu Senhor. Os que conduzem a Igreja devem seguir a Jesus e não O precederem, pois somente Ele nos mostra o caminho e nos diz: “Segue-me!”. A profissão de fé de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” constitui a proclamação que a Igreja recebeu e que deve transmitir. A Boa nova do Cristo é uma maravilha nascida não de uma ilusão, mas do dom divino da Revelação: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu”. Pedro é proclamado por Jesus como pedra da Igreja e o símbolo da pedra pertence à esfera da estabilidade e da solidez. A rocha no Antigo Testamento expressa a segurança de Deus e um refúgio inexpugnável: “Deus meu, rocha minha em que me refugio” (Sl 18, 3). A vida dedicada ao agir cristão é o sinal do verdadeiro apóstolo. É uma consagração que transforma homens e mulheres em fermento, luz e um instante de eternidade no interior da resistência do tempo e da finitude. Esta consagração profunda e existencial conhece o sacrifício e a dor, mas produz sempre uma beatitude e uma alegria porque “a tristeza entrou no mundo com Satanás” (Bernanos). Pedro e Paulo viveram esta experiência de dor e de alegria e são, desde então, o testemunho vivo da alegria e da fé. A comunidade eclesial deve confiar no primado da promessa do Senhor de que o poder do inferno nunca poderá vencer, pois o amor de Deus irrompe sem cessar nas igrejas unidas pelo amor fraterno, conduzidas pelo Espírito e a sua paternidade se revela no pastoreio do seu povo por meio do coração dos seus pastores escolhidos para velar pelo seu rebanho. O papa Francisco nos alerta contra a vaidade que nos faz pensar que somos “o prêmio Nobel da santidade” e nos lembra de que fomos tirados do final do rebanho. Esta memória devemos trazê-la alicerçada nas nossas vidas porque “quando um cristão não tem memória – é duro isso, mas é a verdade – não é cristão: é idólatra. Porque está na frente de um Deus que não tem caminho, não sabe fazer caminhos e o nosso Deus nos acompanha, se mescla conosco, caminha conosco, nos salva, faz história conosco”(Homilia de Francisco na Casa Santa Marta, 13.05.2013). Sejamos pedros e paulos – mordomos, pastores e apóstolos – com todas as nossas fragilidades humanas que são sustentadas pela misericórdia do Senhor, pois “a escola da fé não é uma marcha triunfal, mas um caminho salpicado de sofrimento e de amor, de provas e de uma fidelidade que deve se renovar todos os dias” (Papa Bento XVI, Audiência de 24.05.2006).

CONTEMPLAR

A Conversão de São Paulo, anônimo, French Master, c. 1200, miniatura em pergaminho, imagem bíblica com miniaturas do noroeste da França, manuscrito “Den Haag, KB, 76 F 5”, Museum Meermanno and Koninklijke Bibliotheek, Haia, Holanda.

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