O Caminho da Beleza 24
Leituras para a
travessia da vida
“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente
diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo
tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma
beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).
“Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu
prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).
“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara,
1999, dias antes de sua passagem).
VI Domingo da Páscoa 10.05.2015
At 10, 25-26.34-35.44-48 1 Jo 4, 7-10 Jo 15, 9-17
ESCUTAR
“Levanta-te.
Eu também sou apenas um homem” (At 10, 26).
Caríssimos,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama
nasceu de Deus e conhece Deus (1 Jo 4, 7).
“Ninguém
tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15, 13).
MEDITAR
Confesso que acho natural entregar-me por
inteiro ao afeto de meus amigos, especialmente quando estou cansado dos
escândalos do mundo. Neles me repouso sem preocupação alguma. Pois sinto que
Deus está lá, que é n'Ele que me lanço com toda a segurança e em toda segurança
me repouso... Quando sinto que um homem, abrasado de amor cristão, tornou-se
meu amigo fiel, o que lhe confio de meus projetos e de meus pensamentos não é a
um homem que confio, mas Àquele em quem ele permanece e pelo qual é o que é
(Santo Agostinho).
Obrigado, irmão, pelo sol que me deste, na
aparência roubando-o (Carlos Drummond de Andrade).
ORAR
O Senhor sempre chega primeiro e nos elege no
amor. O Senhor nos precede no amor e, na sua irreverência, nos faz sempre
chegar atrasados aos encontros marcados com Ele. Sempre estamos defasados em
relação às iniciativas divinas. O Senhor está sempre adiante de nós e fora do
raio dos nossos controles. São os nossos preconceitos e imobilismos que impedem
de seguirmos as trajetórias do Espírito. Nossas parcas aberturas são janelas minúsculas para que, sem perigo de vertigem,
possamos entrever o campo infinito em que o amor de Deus age e nos conduz. O
amor de Cristo é gratuito, criativo e vai até o dom total da vida. É um amor
universal e não podemos restringir as dimensões do dom que se oferece a todos.
No amor do Cristo não existe nenhuma mentalidade elitista, nenhuma postura
sectária. O evangelho exige que tomemos a iniciativa de sentar à mesa dos
diferentes de nós para que aprendamos as suas maneiras de amar, louvar e servir
ao Senhor. Pedro afirma ser apenas um homem como Cornélio e recusa uma posição
clerical de privilégio: conta apenas com a Palavra que lhe foi confiada. Não
podemos substituir Deus e, muito menos, temos o direito de, em seu Nome, dominar
as consciências e pisotear a liberdade dos nossos irmãos e irmãs. Não somos
déspotas, mas servos de todos e como todos necessitados do amor compassivo de
Deus.
CONTEMPLAR
Cristo
com são João, c. 1290, Mestre Henri de Constance, Convento
de Sankt Katharinental, escultura em madeira, 171 x 73 x 48 cm, Museu Meyer van
den Bergh, Antuérpia, Bélgica.
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